A prefeitura de São Leopoldo, no Vale do Sinos, assinou a ordem de início das obras de restauração e revitalização do Museu do Trem, localizado no Centro da cidade, na histórica estação férrea. As reformas visam preservar suas características atuais, e serão restauradas a alvenaria tanto da parte interna, quanto da externa, a iluminação cênica, o material expográfico e o mobiliário novo, além da instalação da climatização no local. As obras serão iniciadas ainda nesta semana, e a entrega está prevista para seis meses. Durante este período, as visitas serão interrompidas.
A instituição é responsável pela preservação e cuidado da primeira estação e linha ferroviária construída no Rio Grande do Sul, que conectava São Leopoldo a Porto Alegre, e possuía 33.756 metros. A linha foi construída em 1874 e, após sua desativação, o museu foi inaugurado em 1976 e a última intervenção foi feita em 1985. As obras serão coordenadas pela Secretaria de Cultura e Relações Internacionais, e a secretária Lionella Goulart explica que o investimento previsto é de R$ 823 mil, através do Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. "A partir de agora vamos ter um espaço novo, e daí por diante vamos conseguir trabalhar dentro de qualquer necessidade. Assim, nós vamos conseguir manter ele sempre renovado, com toda a sua manutenção em dia para não deixar chegar a esse ponto", diz.
O museu tem uma importância significativa para a história ferroviária, visto que possui materiais referentes às vias férreas do estado, tornando-se referência histórica e cultural. "O museu é uma fonte histórica muito rica, porque foi construído num momento em que o transporte fluvial não dava mais conta de fazer as entregas agrícolas na região. Quando foi pensado em trens e ligações entre cidades, era uma inovação muito grande na época, um investimento altíssimo", conta Lionella.
No espaço é feita a salvaguarda do acervo da antiga Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS)/Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), assim como de documentos e peças, como os nove vagões, datados em 1930 e restaurados em 1980. O acervo, que é composto por cerca de 1874 itens, está sob proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e seu sítio histórico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual (Iphae).
O museu na cidade do Vale do Sinos possui 134,25 metros quadrados, e anualmente recebe cerca de 3 mil visitantes das cidades da Região Metropolitana e também de cidades como Pelotas e Rio Grande. "Sempre tivemos muita troca com outras cidades que também têm museus e também têm importância na história férrea", ressalta.