Porto Alegre, dom, 23/03/25

Publicada em 20 de Março de 2025 às 18:25

Valor da Taxa de Lixo no IPTU gera reclamações em Bento Gonçalves

Cobrança no boleto de 2025 foi mais de três vezes maior do que o próprio tributo para alguns contribuintes

Cobrança no boleto de 2025 foi mais de três vezes maior do que o próprio tributo para alguns contribuintes

TÂNIA MEINERZ/JC
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Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
Moradores do município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, notaram um acréscimo expressivo no valor do IPTU em 2025. O tema gerou uma série de reclamações, através das redes sociais. O motivo é o alto valor cobrado pela prefeitura na Taxa de Coleta de Lixo, que é paga anualmente junto com o carnê do tributo municipal.
Moradores do município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, notaram um acréscimo expressivo no valor do IPTU em 2025. O tema gerou uma série de reclamações, através das redes sociais. O motivo é o alto valor cobrado pela prefeitura na Taxa de Coleta de Lixo, que é paga anualmente junto com o carnê do tributo municipal.
A moradora Giana Marcon relata que, após ver reclamações de contribuintes em publicações nas redes sociais, conferiu o seu boleto e notou a cobrança de R$ 1.614,51 da taxa, mais que o triplo do valor cobrado do IPTU, que foi de R$ 492,88. Ela conta que se assustou com o preço, e expôs os valores cobrados em suas redes sociais, comparando os impostos das cidades de Bento Gonçalves e Porto Alegre, onde também possui imóveis. "Eu não sei como é que eles fazem esse cálculo, como é que está também a situação da coleta de lixo em Bento. Eu só coloquei ali porque achei estranho", afirma. Em outros imóveis dela e da família, o valor foi maior do que o IPTU em si.
Contatada para saber sobre a situação, a prefeitura de Bento Gonçalves explicou que a Taxa de Coleta de Lixo é calculada da mesma forma desde 2013, considerando a metragem e a destinação do imóvel, baseada na URM (Unidade de Referência Municipal), e alega que não houve mudanças na taxa, somente reajustes conforme a inflação anual. O município gasta anualmente R$ 14 milhões para realizar a coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos, que são enviados ao município de Minas de Leão, já que Bento Gonçalves não possui aterro sanitário.
A secretária de Finanças Elisiane Schenato explica que estão sendo realizadas fiscalizações tributárias do IPTU e das taxas, a fim de verificar a destinação dos imóveis. "Como tem expandido muito a área comercial do município as pessoas locaram suas residências para colocar um comércio. Assim, eles passaram a ter a cobrança da taxa de coleta de lixo baseada na destinação, que é comercial e não mais residencial", diz.
Ela complementa dizendo que a fiscalização foi feita também àqueles que não contribuíam com a taxa, e a partir deste ano começaram a pagá-la. O valor, segundo Elisiane, é justificado pela coleta e limpeza urbana realizadas diariamente na cidade. "Se a gente pensar em tudo mais que envolve a taxa de coleta de lixo e dividir o valor que a gente paga no ano pela quantidade de dias que tem, não é um valor tão expressivo", afirma.
De acordo com Elisiane, os altos custos da coleta de lixo urbana podem ser reduzidos caso os imóveis irregulares sejam regularizados. "Quanto mais regulares estão as obras e as destinações dos imóveis, melhor vai ser a arrecadação e a cobertura do quanto se gasta. Esse custo fixo de coleta de lixo é diluído dessa forma", ressalta.
 

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