O município de Viamão, na Região Metropolitana, tem 45% dos seus moradores endividados, segundo o indicador de inadimplência da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA). A pesquisa aponta que a cidade está na segunda posição no Rio Grande do Sul, ficando atrás somente de Alvorada com 47,51%.
Entre os motivos para mais de 100 mil pessoas estarem nesta situação está o alto número de pessoas com dificuldades financeiras, o desemprego, o custo de vida elevado e, principalmente, a falta de planejamento, segundo a gerente da Câmara de Dirigentes (CDL) de Viamão, Carla Curtinaz. "As dívidas acumuladas em cartão de crédito ou crediário agravam a situação financeira das pessoas, devido aos altos juros cobrados por atrasos e parcelamentos mal planejados. No entanto, contas básicas como luz, água e aluguel também têm pesado no orçamento, principalmente devido ao aumento dos custos desses serviços", analisa Carla Curtinaz.
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Ela também comenta que o endividamento reduz o poder de compra das pessoas, impactando o comércio local e diminuindo a circulação de dinheiro na economia de Viamão. Dessa forma, a situação causa repercussão em outros setores da sociedade, como nas empresas, na possibilidade de terem a saúde financeira comprometida com o alto índice de inadimplentes.
A cidade da Região Metropolitana será uma que receberá atenção do Super Feirão Zero Dívida, ação que inicia nesta segunda-feira e auxilia na renegociação de dívidas com condições especiais. A ideia é permitir que os viamonenses recuperem seu poder de compra, de acordo com a gerente da CDL de Viamão. "Ao diminuir o número de inadimplentes, o feirão fortalece os pequenos negócios e gera um efeito positivo em cadeia, contribuindo para o desenvolvimento econômico do município", pontua. A iniciativa também visa melhora a relação entre consumidores e os lojistas e promover o consumo consciente.
Outra resolução a fim de diminuir a inadimplência no município está na realização de ações como workshops, palestras voltadas para a gestão de negócios, rodadas de negócios. E a campanha Liquida Viamão, que tem como objetivo incentivar as vendas no comércio local.
"Nosso principal intuito é promover a movimentação do comércio de maneira saudável e consciente, fortalecendo as empresas e a economia da região. Ainda há o nosso sistema de consultas com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) oferece uma direção estratégica para os empresários, ajudando na tomada de decisões mais seguras e assertivas", comenta a profissional.
Para amenizar cenário da inadimplência, Super Feirão Zero Dívida mira renegociação com 2,7 milhões de gaúchos
Oscar Frank afirma que condições vantajosas para renegociação podem ser atrativas para o consumidor
TÂNIA MEINERZ/JCComo forma de auxiliar os consumidores inadimplentes, o Super Feirão Zero Dívida inicia nesta segunda-feira (25) e ocorrerá até domingo (30), em formato 100% digital, com objetivo de facilitar o contato entre consumidores e empresas de qualquer local do Estado. A iniciativa é promovida pela Câmara de Dirigentes de Porto Alegre (CDL-POA) e Rede de Entidades Parceiras.
O consumidor deve acessar o site a fim de iniciar o processo de renegociação das dívidas. Irão participar da ação mais de 4,7 mil empresas do setor de comércio e serviços, de acordo com o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank. "Essa é uma excelente oportunidade para que nós tenhamos processo de renegociação de dívidas dos consumidores em condições vantajosas, serão prazos e juros especiais que cada empresa fará para facilitar a quitação das dívidas do consumidor", diz.
O evento ocorre nesta data por conta de ser o período que boa parte da população brasileira recebe 13° salário e outras rendas extras. "Sempre acontece no final do ano justamente para as pessoas usarem os outros ganhos para quitar as suas dívidas", pontua.
De acordo com Indicador de Inadimplência da entidade, mais de 2,7 milhões de gaúchos estão endividados. O número corresponde 31,67% da população dos Estado.
Além de ser danosa ao consumidor, que perde a capacidade de compra, a inadimplência é prejudicial para a saúde financeira das empresas. "Quando o teu consumidor está devendo, tu não tens um horizonte de previsibilidade Então, fica mais difícil de planejar o futuro. Além disso, quando tu renegocias com o teu consumidor, tu te reconectas com ele", analisa Frank.