Pedido antigo dos moradores e veranistas que tiram férias em Imbé e Tramandaí, a construção de uma nova ponte pode ter capítulos decisivos nos próximos meses. Isso porque a prefeitura de Imbé está em fase de complementação dos documentos para entregar à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a fim de obter a Licença Prévia (LP) do projeto da Ponte Binário, como é chamado o projeto. O novo acesso sobre o Rio Tramandaí irá ligar os municípios de Imbé e Tramandaí, no Litoral Norte. O Executivo de Imbé tem até o final de novembro para transferir toda a papelada, conforme prazo fixado pela Fepam. Após isso, o órgão ambiental tem quatro meses para aprovar, ou não, a licença da obra.
"Nós entramos com o processo no final de 2023 e a Fepam solicitou algumas informações complementares e estamos nessa fase", comenta a secretária adjunta de Meio Ambiente, Proteção Animal e Agricultura de Imbé, Nélida Pereira. Ela ainda ressalta que, desde 2022, a Garden Consultoria Projetos e Gestão iniciou os estudos ambientais sobre os impactos e as alternativas de mitigação da construção da nova passagem. Em 2021, as duas cidades já discutiam qual seria o traçado para a passagem.
O licenciamento ambiental da nova ponte será feito em três etapas: Licença Prévia (LP) - a fase preliminar de planejamento da atividade, que aprova a concepção e a localização; Licença de Instalação (LI) ,a qual autoriza o início da obra e a instalação da atividade; Licença de Operação (LO) que atesta o funcionamento da iniciativa. A ponte terá duas travessias que contempla os dois sentidos e contará com uma extensão de 170 metros. Ela custará aproximadamente R$ 40 milhões, que será arcado pelo governo estadual. O acesso ligará a avenida Nilza Costa Godoy, na altura da rua Caxias do Sul, em Imbé á avenida Beira-rio, no entroncamento com as ruas Alfredo Elias e São Salvador, em Tramandaí. A obra não tem previsão de começo, pois depende ainda do licenciamento, no entanto, após iniciada, o tempo estimado para execução de todo o projeto é de 18 meses.
"É importante ressaltar também que nós temos um acordo firmado também com a Fepam para que essa nova ponte não tenha pilares, porque o nosso principal objetivo é a preservação dos botos, que estão no Rio Tramandaí, além de não prejudicar os pescadores", explica a secretária adjunta. Ela afirma que a prefeitura de Imbé contratou uma empresa para fazer todo o estudo ambiental, a fim de que o ecossistema do rio não seja prejudicado ou alterado por conta dessa construção. Desde 2020, a Pesca Colaborativa entre pescadores artesanais e botos na Bacia do Rio Tramandaí é reconhecido como relevante interesse cultural do Estado.
A via de ligação pretende trazer mais segurança e desafogar o trânsito da atual ponte Giuseppe Garibaldi que faz divisa com os dois municípios. Em 2019, as duas administrações municipais chegaram a lançar edital para contratar uma empresa, que faria o estudo dessa ponte. Durante o verão, os congestionamentos na região são frequentes e atrapalham o deslocamento de equipes de saúde e de segurança entre os dois municípios litorâneos "Nós temos vários veículos pesados que hoje não podem fazer essa travessia por dentro do município, e tem que dar toda uma volta para chegar nos comércio de Tramandaí e Imbé", complementa a secretária. A prefeitura de Tramandaí foi contatada para falar sobre a questão da nova ponte, mas não retornou o contrato da reportagem até o fechamento desta edição.