Instalados desde dezembro do ano passado, os pedágios free flow - um modelo de cobrança eletrônica, feita por meio de pórticos instalados nas estradas, que fazem a leitura da placa ou de um chip nos veículos - se tornaram uma novidades para motoristas que circulam pela Serra gaúcha e Vale do Caí em rodovias estaduais. No entanto, com a mudança no sistema de cobrança, motoristas passaram a deixar de realizar o pagamento para a CSG, concessionária que cuida das rodovias nessas regiões. O resultado foi que, segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem Rio Grande do Sul (Daer), entre janeiro a julho deste ano, 254.446 multas foram aplicadas a motoristas que cruzaram os seis pórticos existentes na ERS-240, ERS-122 e ERS-446..
Instalados desde dezembro do ano passado, os
pedágios free flow - um modelo de cobrança eletrônica, feita por meio de pórticos instalados nas estradas, que fazem a leitura da placa ou de um chip nos veículos - se tornaram uma novidades para motoristas que circulam pela Serra gaúcha e Vale do Caí em rodovias estaduais. No entanto, com a mudança no sistema de cobrança,
motoristas passaram a deixar de realizar o pagamento para a CSG, concessionária que cuida das rodovias nessas regiões. O resultado foi que, segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem Rio Grande do Sul (Daer), entre janeiro a julho deste ano,
254.446 multas foram aplicadas a motoristas que cruzaram os seis pórticos existentes na ERS-240, ERS-122 e ERS-446..
Ao todo, quase 5,4 milhões de veículos circularam pelas rodovias no período, segundo o Daer. Os pedágios automatizados estão localizados na ERS-122, nos km 4,6 (São Sebastião do Caí), 45,5 (Farroupilha), km 108,2 (Antônio Prado) e km 151,9 (Ipê), na ERS-240, no km 30,1 (Capela de Santana), e na ERS-446, no km 6,5 (Carlos Barbosa). O primeiro instalado foi no município de Antônio Prado. A cobrança é feita pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG).
Após cruzar o pórtico eletrônico, o motorista precisa fazer o pagamento das tarifas, que variam de R$ 8,60 a R$ 12,30 para veículos leves, no prazo de 15 dias - exceto para quem tem tag instalada no veículo pois, nesse caso, o débito é automático. Depois desse período, confirmada a inadimplência, é aplicada a multa por evasão de pedágio. A penalização, considerada grave, acarreta no pagamento de R$ 195,23 de multa, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Os pagamentos das tarifas do free flow podem ser feitos de quatro maneiras diferentes. De forma digital, é possível realizar por meio de tag, no aplicativo "CSG Free Flow" ou pelo site (freeflow.csg.com.br). Já presencialmente pode ser efetuado em nove bases de atendimento ao cliente da concessionária. O meio de pagamento pode ser escolhido pelo motorista, por Pix, dinheiro ou cartões de crédito ou débito. Nos seis pórticos, a cobrança ocorre nos dois sentidos da rodovia.
"Com a tag ou aplicativo há o desconto de 5%. Também há um desconto usuário frequente (DUF) pode chegar até a 20%. Quem se cadastra no aplicativo nós podemos enviar notificação por e-mail ou SMS. Quando não há o cadastro nós só temos a placa do veículo", explica o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres. Ele ainda comenta que as rodovias são sinalizadas com as placas, informando aos motoristas sobre o pedágio eletrônico.
Ao longo do próximo ano, há a estimativa de ampliar pedágios automatizados nas rodovias estaduais. "Estamos com estudos em andamento. E até dezembro de 2025, iremos instalar mais pórticos. Um deles será em São Sebastião do Caí", antecipa o diretor.
Autuado durante uma viagem, motociclista reclama sobre falta de sinalização e orientações sobre o pagamento
O empresário Franco Poloni, de 35 anos, foi pego desprevenido ao receber uma multa por evasão de pedágio de R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A penalidade é referente ao pagamento do pedágio não efetuado em até 15 dias de uma viagem Caxias do Sul a Novo Hamburgo realizada em agosto deste ano. Ele, em média, realiza esse trajeto uma vez por mês, de moto.
O motociclista alega que, para quem não conhece o sistema, é "muito fácil" não perceber a placa informando o pedágio eletrônico. “Na segunda vez que eu passei e já tinha sido multado, eu percebi que tinha uma placa ali dizendo para pagar no site. Mas, na hora você está dirigindo nem fica prestando atenção nisso. E muito menos anotando o site, ainda mais para quem não conhece esse sistema. É uma coisa muito falha", comenta.
Além disso, Franco afirma que que não recebeu nenhuma notificação sobre o débito - a CSG confirma que somente usuários cadastrados no aplicativo da empresa recebem a informação. "Não é interessante da parte deles nos informar a respeito disso? Eu não recebi uma notificação, nada, não tinha como eu saber. Tinha que ter mais divulgação. É uma solução pela metade", opina.
Para ele, outro fator que pode contribuir com as multas é a desconhecimento de alguns motoristas para com as tecnologias, visto que o pagamento é feito online - ou, então, em um dos pontos de atendimento ao longo da rodovia. "Tenho 35 anos sou familiarizado com a tecnologia, mas imagina uma pessoa de mais idade que não tem conhecimento sobre isso? A mãe de um amigo meu, que não sabe mexer no celular, já foi multada duas vezes", conta o empresário.
Cobrança automática traz mais benefícios, diz diretor da CSG
A análise da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha sobre o free flow é de que se trata de uma cultura nova no Rio Grande do Sul, que “está tendo aceitação pelos gaúchos”, segundo o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres. De acordo com o gestor, circulam diariamente entre 50 a 52 mil veículos nos seis pórticos no sistema free flow administrados pela empresa. Deste total, em junho, foram 2.500 multas por evasão de pedágio diariamente. Em agosto, a quantidade foi 2.000 por dia, número considerado baixo pela administradora.
“Baixou 500 por dia na média. Na nossa avaliação, os números mostram a adesão dos motoristas na rodovias ao novo sistema de pagamento”, analisa Ricardo Peres. Ele explica, também, que apenas uma parcela pequena paga o pedágio em dinheiro presencialmente, nas nove bases de atendimento ao cliente da concessionária. “Em média, 60% dos veículos tem a tag. E dos outros 40% aproximadamente 1% paga em dinheiro”, comenta presidente da CSG.
Na análise do diretor, a cobrança de pedágio através desses pórticos, sem praças físicas, traz benefício de preservação de tempo e recursos naturais para os motoristas e para a empresa. “Ele é ambientalmente e socialmente correto. Tu não tens que desapropriar e nem desmatar. O benefício que é para o meio ambiente a quantidade de combustível que os mais de 50 mil veículos deixam de emitir diariamente por não estar parados nos pedágios. O free flow é a busca por tecnologia para evitar desperdício de tempo e meio ambiente”, analisa.
Para Ricardo, a orientação aos motoristas que circulam pelas rodovias da Serra e do Caí está expressa em diversos trechos da estrada, principalmente sobre locais físicos para o pagamento e orientações de como fazê-lo pela internet. A avaliação do gestor é que, aos poucos, os motoristas que precisam fazer o pagamento de forma manual - ou seja, sem as tags - irão se adaptar. E ainda fez um prognóstico sobre a forma de cobrança em outras rodovias com pedágio. “Imaginamos que em um prazo de cinco anos, mais ou menos, todas as estradas terão a cobrança via free flow”, projeta.