O município de Novo Hamburgo está com obras em andamento para reparos no dique do bairro Santo Afonso, que faz divisa com São Leopoldo. As obras incluem remoção da vegetação de toda a estrutura, além da recomposição da chamada berma (faixa lateral). De acordo com a prefeitura, não há previsão de conclusão dos trabalhos, pois as ações são contínuas. Os reparos foram feitos após a efetivação do levantamento topográfico da estrutura realizado pelo Exército.
A administração municipal enfatiza que as obras para reconstrução e a prevenção de inundação de todo o Sistema de Contenção de Cheias da Bacia do Rio dos Sinos são de responsabilidade da União. Entre as ações necessárias do governo federal está a elaboração de um laudo de toda a extensão do dique para garantir a segurança dos cidadãos, de acordo com a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt.
Além disso, nas avaliações dos técnicos da prefeitura, o dique precisa ser redimensionado e reconstruído tendo como nova referência a enchente de maio. Entre as operações, a prefeitura prevê que a proteção precisa ser elevado, no mínimo, em um metro, por conta do nível que a água do Rio dos Sinos atingiu em maio, durante a maior cheia da história da cidade.
Também foi realizada, pelo Executivo municipal, o levantamento de todas as casas que, ao longo dos últimos 20 anos, foram construídas em cima do dique. Essas famílias foram cadastradas e serão removidas para um local seguro. O poder público aborda, também, que as atividades realizadas na semana passada fazem parte de um adiantamento para agilizar as operações quando forem executadas pelas União.
A prefeitura da cidade do Vale do Sinos também reclama que a avaliação e reconstrução definitiva do dique é de responsabilidade da União, cujos recursos foram anunciados dia 30 de julho em Porto Alegre, mas ainda não chegaram. Um anúncio foi realizado durante evento e prevê investimento de quase R$ 2 bilhões para obras em toda a Região Metropolitana.
Outra questão sobre o dique envolveu uma polêmica entre as duas cidades. Uma parte do dique teria cedido, na semana passada, durante as obras. Em reunião com o Ministério Público e representantes técnicos das prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo, foi debatida uma solução conjunta entre as duas cidades, mas a proposta foi recusada pelo município vizinho. A erosão verificada, próxima à Travessa Vera Cruz, seria uma das consequências do transbordamento do rio sobre o dique e cuja estrutura foi agravada pelo trânsito de veículos pesados sobre a crista do mesmo, realizado pela prefeitura de São Leopoldo para o conserto da parte solapada do dique no território leopoldense durante a enchente
Em nota, a prefeitura de São Leopoldo afirma que possui laudos técnicos que solidificam que não houve danos na estrutura do dique em Novo Hamburgo. Segundo o comunicado, a prefeitura diz que "em nenhum momento se negou em buscar uma solução conjunta com o governo hamburguense, a fim de construir um outro caminho de serviço que permitisse acesso aos territórios".