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Canoas ainda tem animais disponíveis para adoção após enchentes
Cerca de 1,8 mil bichinhos aguardam por um novo lar após o desastre climático
Por Liliane Moura
ATUALIZADA EM 01/07, ÀS 21h30
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ATUALIZADA EM 01/07, ÀS 21h30
A cidade de Canoas, na Região Metropolitana, tem a maior quantidade de animais desabrigados no Rio Grande do Sul por conta da catástrofe climática ocorrida no mês de maio. Ao todo, o município contabiliza cerca de 1.800 bichinhos para adoção. Na sede da Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal, no bairro Igara, local que concentra o maior número no município, são mais de 700 bichos entre cachorros, gatos e cavalos que aguardam a adoção.
O número é menor do que no auge da enchente, que abalou todo o lado oeste da cidade e bairros populosos, como o Mathias Velho. A cidade chegou a ter 9 mil animais abrigados no mês de maio. "Até abril, nosso foco dentro da secretaria era no atendimento veterinário e no controle populacional. Mas, devido ao estado de emergência, agora também somos um abrigo provisório de animais", comenta a secretária de Bem-Estar Animal, Fabiane Borba.
Mesmo com a redução do número são muitos os pets que estão nos locais temporário, situação que não é a mais adequada para os seres de quatro patas, segundo a secretária. "O abrigo nunca é o melhor destino para os animais. Aqui, tudo é provisório. Adotar um animal com responsabilidade é um ato de amor. Tu transformas a vida do animal e a tua", analisa a chefe da pasta.
Até o dia 13 de junho, a prioridade da secretaria era encontrar os donos dos bichinhos. Os animais que ficam nesses locais são castrados, microchipados, vacinados e desverminados. Além disso, os tutores têm direito ao atendimento veterinário vitalício para o animal adotado. "Muitos donos de animais encontraram os seus bichinhos através do microchip. Aproximadamente uns 40 ou 50 animais foram encontrados assim (pelos donos)", comenta.
A pasta estuda a criação de um abrigo municipal, que comportará cerca de 1.500 animais. Em fase de captação de recursos - a estimativa é que sejam necessários, aproximadamente R$ 15 milhões - Fabiane estima que, se conquistados os recursos para a obra, em até seis meses o local possa ser habilitado. Outra alternativa seria o credenciamento de empresas desse setor. A ação consiste no pagamento de diárias, conforme o número de animais que serão levados.
"Eles ficariam nesse local de modo provisório, mas eles vão estar soltos e ter mais qualidade de vida até que o abrigo municipal fique pronto", analisa. A expectativa é de 30 a 45 dias a ideia seja colocada em prática.
Diariamente, a secretaria realiza ações voltadas para a adoção, das 9h às 17h. As pessoas podem visualizar o bichinho pela internet (arcanimal.com.br) e visitá-lo, posteriormente, no abrigo em que se encontra.
Os documentos necessários são comprovante de residência e documento com foto, além de uma entrevista. Para quem mora em outra cidade ou estado, a Força Aérea Brasileira auxilia no transporte para São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Fabiane também comentou sobre a proposta do governo do Estado de oferecer auxílio de R$ 450,00 como forma de incentivar a adoção. A proposta foi amplamente criticada por protetores de animais, e o governo estadual recuou na proposta ao longo da semana. A ideia é remodelar o projeto. "Um dos pré-requisitos para adoção é justamente que as pessoas tenham condições de manter um anima que vive de 15 a 20 anos. Esse valor é ínfimo e irá gerar adoção por impulso", analisa
Convívio diário com os bichinhos leva voluntários a adotá-los
Tão importante quanto manter os animais bem, após um período de estresse causado pela enchente na cidade, é a disponibilidade dos voluntários. É o caso da professora do Instituto Federal de Minas Gerais, Suellen Gonzalez Belo Clemente, que veio do Sudeste para o Rio Grande do Sul a fim de ajudar.
A mineira chegou no dia 22 de junho em Canoas para auxiliar nos trabalhos. A escolha pela cidade da Região Metropolitana foi por conhecer uma integrante da equipe que atua no abrigo. Ela retornou para Minas Gerais no sábado (29) de carro, em uma viagem que deve levar cerca de dois dias.
Porém, Suellen não voltará sozinha. Ela decidiu adotar uma cachorrinha que estava no abrigo. De meia idade, o animal foi rebatizado e se chamará Canoas. A professora conta que a convivência com o animal fez ela tomar a decisão de levá-la para casa. “Ela é muito simpática. Foi amor à primeira vista”, comenta Suellen sobre a cadela.
No entanto, inicialmente, Suellen imaginou que a cadela já tinha um tutor e, por isso, decidiu não investir na adoção. Contudo, ao saber que ela estava disponível, a mineira tomou a decisão de levá-la. Além do carinho pelo bichano, a adoção ocorreu pensando no perfil da professora, segundo ela explica, Até trabalhar no voluntariado, ela tinha três animais em casa. “A gente trabalha com a medicina do coletivo, faz toda a parte técnica de logística de controle de doenças que afeta os animais e os seres humanos também”, conta Suellen Gonzalez. A mineira trabalha com 12 pessoas para cuidar dos 700 animais que estão abrigados.