Porto Alegre,

Publicada em 30 de Julho de 2024 às 16:14

Futuro do cavalo Caramelo ainda é incerto em Canoas

Desde que foi resgatado, durante as enchentes de maio, equino ganhou 40 quilos e teve bateria de exames

Desde que foi resgatado, durante as enchentes de maio, equino ganhou 40 quilos e teve bateria de exames

THAYNÁ WEISSBACH/CIDADES
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Liliane Moura
Símbolo da tragédia climática do Rio Grande do Sul, o cavalo Caramelo, resgatado em Canoas durante as enchentes de maio, está totalmente recuperado da condição de desnutrição e desidratação. O equino reside no Hospital Veterinário da Ulbra, onde recebeu o tratamento após ser retirado do telhado de uma casa, no bairro Mathias Velho. O futuro do animal ainda é incerto, mas uma das possibilidades é que ele permaneça na Ulbra, a fim de participar de aulas expositivas no curso de Medicina Veterinária. 
Símbolo da tragédia climática do Rio Grande do Sul, o cavalo Caramelo, resgatado em Canoas durante as enchentes de maio, está totalmente recuperado da condição de desnutrição e desidratação. O equino reside no Hospital Veterinário da Ulbra, onde recebeu o tratamento após ser retirado do telhado de uma casa, no bairro Mathias Velho. O futuro do animal ainda é incerto, mas uma das possibilidades é que ele permaneça na Ulbra, a fim de participar de aulas expositivas no curso de Medicina Veterinária. 
Durante os quase três meses no local, Caramelo engordou mais de 40 quilos, pesando agora 380 quilos, e não necessita mais de suplementação alimentar, segundo a a médica veterinária residente da Ulbra Canoas, Louise Maciel. A profissional comenta que o cavalo tem aproximadamente seis anos e, apesar de ter chegado desnutrido e desidratado, não apresentava sinais de violência e/ou trabalhos forçados. Ela ainda aborda que uma empresa custeará a alimentação vitalícia do bichano.
Além da alimentação estão sendo realizados periodicamente revisões odontológicas, administração de vermífugos e exames para monitorar a saúde geral. Junto a isso foram feitos a coleta de sangue e vacinação preventiva para tétano, influenza e encefalomielite equina. Também, diariamente ele é escovado, retirado da sua baia e colocado em um piquete aberto para praticar atividades físicas. Outro procedimento feito no animal foi a microchipagem, a fim de auxiliar no controle e monitoramento da sua saúde.  
Segundo a Ulbra, 11 pessoas reivindicaram a posse de Caramelo desde maio, quando ele ganhou notoriedade nacional com a operação de resgate, porém, nenhuma delas comprovou ser, de fato a tutora do equino. O animal ficaria de maneira provisória no local, mas após quase três meses da sua chegada, a instituição de ensino pretende proporcionar um abrigo definitivo ao cavalo, na fazenda escola ligada ao Hospital Veterinário. Isso possibilitaria contar com a participação do cavalo Caramelo nas aulas expositivas no curso de Medicina Veterinária da Ulbra, de acordo com o coordenador, Jean Soares. Ele ressalta, no entanto, que a medida ainda precisa de formalização junto à prefeitura.
O município de Canoas foi um dos mais afetados pelas enchentes do Estado. O período mais crítico das cheias provocou a retirada de mais de nove mil animais dos seus lares no município. Somente o abrigo da Ulbra chegou a contar com aproximadamente três mil. Entre os problemas mais comuns dos bichos resgatados estava a desnutrição, a desidratação e a escoriação, causada pela tentativa de nadar e escapar das águas. 
"A gente chegou a ter mais de 80 cavalos aqui", relembra a médica Louise Maciel. Em média, o Hospital Veterinário efetua cinco atendimentos de animais de grande porte durante o dia. Além de equinos, o Hospital Veterinário atende ovinos, caprinos, bovinos e bubalinos. Hoje, todos já retornaram aos lares, exceto Caramelo.
Para quem almeja ser tutor de um cavalo, por exemplo, é imprescindível ter recursos financeiros, a fim, entre outros elementos, custear a alimentação e os cuidados veterinários. Junto a isso, os equinos são seres sociais, e que, necessitam de espaços para praticas diárias de atividade física. "Tu deixares um cavalo sozinho é uma tortura para eles, pois precisam de contato com outros animais. Outro erro grave é deixá-lo em um canto sem se movimentar durante e semana e querer cavalgar com ele no final de semana", explica Soares.
 

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