Porto Alegre,

Publicada em 26 de Julho de 2024 às 18:57

Campanha gaúcha busca crescer na produção de vinhos

Com 19 vinícolas, região aposta na Indicação Geográfica para ganhar maior protagonismo no enoturismo

Com 19 vinícolas, região aposta na Indicação Geográfica para ganhar maior protagonismo no enoturismo

TÂNIA MEINERZ/JC
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Liliane Moura
 A Campanha gaúcha é a segunda região do Estado, atrás apenas da Serra gaúcha, na produção de bebidas à base de uva - como vinhos, sucos e espumantes. A região possui características próprias do local como, inverno frio e verão quente e seco que garantem sucesso na produção da uva e atraem produtores para o local. 
 A Campanha gaúcha é a segunda região do Estado, atrás apenas da Serra gaúcha, na produção de bebidas à base de uva - como vinhos, sucos e espumantes. A região possui características próprias do local como, inverno frio e verão quente e seco que garantem sucesso na produção da uva e atraem produtores para o local. 
A região, desde 2020, possui a Indicação Geográfica, que identifica as características próprias das bebidas da região através do terroir - que se trata de um conjuntos de condições favoráveis para um determinado, nesse caso, a uva. Ao todo, são 19 vinícolas associadas que cultivam as uvas e produzem as bebidas, na região. Juntas, elas correspondem a uma área de quase 500 quilômetros, o equivalente ao tamanho do território de Portugal. Destas 11, trabalham com o enoturismo.
Na Campanha, há três microrregiões com o enoturismo fortalecido distribuídas nos municípios de Bagé, Dom Pedrito e Santana do Livramento. As cidades, polo para o desenvolvimento turístico, trabalham, além da melhoria e na eficiência da produção, para atrair turistas da metade Sul gaúcha.
O diretor-superintendente da vinícola Miolo, Adriano Miolo aborda que a variação de temperatura entre o dia e a noite nos período de maturação (dezembro, janeiro, fevereiro) pouco antes da colheita, contribui para a qualidade da fruta na região. "No verão, tu tens dias com temperaturas acima de 30 graus e a noites com 15 graus", comenta o empresário da companhia que possui quatro instalações no Brasil, entre elas, a Vinícola Almadén, em Santana do Livramento. 
Outro aspecto é o relevo que possibilita a colheita mecanizada que proporciona a retirada da uva no momento correto, segundo o enólogo, diretor-superintendente da vinícola Miolo, Adriano Miolo.
Instalada em 1973, a Almadén - que tem origem na Califórnia, Estados Unidos foi a primeira da região na produção de uvas e de bebidas à base da fruta. E atualmente, conta com uma  propriedade de 1.200 hectares sendo 450 cultivados com vinhedos. Para os próximos 10 anos, a empresa almeja para expandir 300 hectares para a produção de uva. "Esse ano deveremos chegar aos 500 plantados, mas queremos ampliar mais 300 hectares. Atualmente, nós produzimos cinco milhões de litros, mas temos capacidade para produzir oito milhões nos próximos anos com a expansão", planeja Adriano.
Além das bebidas à base de uva, atrativos como a gastronomia, a paisagem do bioma Pampa, as cidades histórias como Dom Pedrito, Bagé e Santana do Livramento, fomentam o enoturismo há 20 anos na região. Entre as experiências ofertada aos turistas pela Vinícola Almadén estão  a visitação aos parreirais, entender como é feita a produção do vinho, além de degustar os rótulos produzidos.
No mês de julho, a região ganhou o atrativo do Trem do Pampa, que liga a cidade de Santana do Livramento até o distrito de Palomas. No percurso, os visitantes terão uma parada na Vinícola Almadén. Antes da atração ferroviária, o pico de público tinha sido de dois mil turistas. "No fim de semana passado foram 1.200 visitantes por causa do trem. Nós próximo meses queremos, no mínimo, cinco mil turistas por mês", comemora Adriano Miolo. 
Ele complementa que um dos desafios enfrentados pelo setor é a distancia e os problemas de logística para o transporte de turistas e insumos. "É imprescindível a duplicação da BR-290. E a ampliação, ou até mesmo a criação de aeroportos", analisa.
 

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