O Aeroporto Regional Hugo Cantergiani de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, terá instalado nos próximos dias o PAPI (Precision Approach Path Indicator), equipamento que informa ao piloto a altitude correta para pouso na pista, que pode auxiliar nos pousos, inclusive, sob neblina. A montagem é a terceira das quatro fases necessárias para a ferramenta estar em pleno funcionamento. Concluída esta etapa, a próxima será a homologação do aparato pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
A estimativa de liberação para o uso do PAPI pela ANAC deve ocorrer em um período de 45 a 60 dias, de acordo com o gestor do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani de Caxias do Sul, Cleberson Babettzki. "A primeira etapa foi de topografia da área. A segunda, que foi concluída na semana passada, foi a demarcação e preparação para a colocação do equipamento", explica o administrador. Ele ainda aborda que com o clima favorável será possível instalar e realizar a testagem da ferramenta ainda na semana que vem. Após isso, a ANAC irá efetivar as avaliações para homologar ou não o uso do equipamento.
Devido às condições meteorológicas adversas em Caxias do Sul, como cerração e nevoeiro, 23% dos voos, em maio, não pousaram no Hugo Cantergiani. A neblina é a principal causadora dos cancelamentos do local. Por causa disso, em junho, foram implantadas medidas operacionais para atenuar a instabilidade meteorológica. Alguns equipamentos, como o RPN, foram instalados na pista para amenizar esses cancelamentos e/ou atrasos. O aparato é um sistema que dá mais orientação de voo quando a visibilidade está comprometida- essencial nos dias de neblina - para o pouso adequado.
"Antes precisávamos de ter 350 pés de visibilidade de teto então no sentido vertical, agora com o RPN nós precisamos de 250 pés. Com isso, o RPN diminui de 50% a 60% os voos alternados desde junho", comenta Cleberson Babettzki.
Já o PAPI, equipamento que está em fase final de instalação informa ao piloto a altitude necessária no momento do pouso, orientando o ângulo pretendido dentro da rampa de descida na aeronave. "Trata-se da indicação de inclinação correta para pouso. Ele é um complemento do RPN, pois quando há neblina a visibilidade diminui. Então tudo isso contribui para que se tenha um pouso adequado ", explica o gestor.
Desde o fechamento, em maio, do Aeroporto Internacional Salgado Filho - principal do Estado, o terminal ampliou o número de voos diários e semanais. Antes das enchentes, era cinco voos regulares diários e 28 semanais. Atualmente são seis viagens realizados todos os dias e 39 ao longo da semana. "Em agosto, teremos mais quatro voos diários", afirma Cleberson Babettzki.
Estão previstas, também, mais obras no aeroporto, como, reformas e ampliação no terminal, e recapeamento da pista no período da noite para não inviabilizar as viagens durante o dia. As melhorias serão custeadas pelo governo estadual. "Isso é bom não só para o Hugo Cantergiani, mas para o próprio Estado que não dependa só de um aeroporto. A enchente provou isso. Se tivéssemos os investimentos no aeroporto de Caxias, nós poderíamos ter absolvido muito mais," analisa.
Além dessa questão, o Aeroporto Hugo Cantergiani está se preparando para ser um terminal internacional. Nesta semana, ocorreu o primeiro voo de fora do Brasil para Caxias do Sul. A delegação do Rosário Central, da Argentina, desembarcou na cidade oriunda de Rosário para o enfrentamento contra o Internacional, pela Copa Sul-Americana,.