Porto Alegre,

Publicada em 22 de Julho de 2024 às 18:35

Nova Petrópolis se vê como um pedaço da Alemanha no RS

Construções feitas no estilo enxaimel, tradicional na Alemanha, dão charme para a cidade da Serra gaúcha

Construções feitas no estilo enxaimel, tradicional na Alemanha, dão charme para a cidade da Serra gaúcha

NOVA PETRÓPOLIS/DIVULGAÇÃO/CIDADES
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Liliane Moura
O Jornal Cidades inicia, a partir desta terça-feira (23), uma série de reportagens para trazer exemplos de cidades gaúchas em que a cultura da Alemanha faz parte do cotidiano das comunidades. O motivo é que, no dia 25 de julho, será comemorado os 200 anos da imigração alemã no RS. O bicentenário celebra a vinda de homens e mulheres que chegaram ao Estado em busca de melhores condições de vida para si e os seus familiares.
O Jornal Cidades inicia, a partir desta terça-feira (23), uma série de reportagens para trazer exemplos de cidades gaúchas em que a cultura da Alemanha faz parte do cotidiano das comunidades. O motivo é que, no dia 25 de julho, será comemorado os 200 anos da imigração alemã no RS. O bicentenário celebra a vinda de homens e mulheres que chegaram ao Estado em busca de melhores condições de vida para si e os seus familiares.
Um desses municípios é a serrana Nova Petrópolis. A cidade de 25 mil habitantes foi fundada por imigrantes alemães, em 1858, dos quais até hoje descendem a maioria dos residentes. Para ser ter ideia da presença da cultura germânica, as primeiras escolas do município da Serra Gaúcha eram ministradas na língua alemã. No entanto, com a política de valorização da cultura nacional na Era Vargas, as intuições de ensino foram proibidas de lecionar outro idioma que não fosse o português.
Porém, com o período da redemocratização no Brasil, entre as décadas de 1980 e 1990, Nova Petrópolis retornou o ensino das aulas da língua alemã, conta a professora de Língua Portuguesa e moradora do município, Edineia Werner, 29 anos. Atualmente, o idioma é lecionado do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental das escolas municipais. Também é possível aperfeiçoar o conhecimento nas escolas de idiomas.
Além disso, ela também conta que muitos moradores ainda falam o dialeto." Há pessoas que falam o alemão com seus familiares, como se fosse a língua vigente da cidade. Então dá para dizer que Nova Petrópolis é bilíngue, porque cultiva tanto a língua alemã quanto o português", conta a professora.
Outro grande traço traços da cultura germânica na cidade são os grupos de danças. A cidade conta com 11 equipes que ao todo compõe aproximadamente 500 pessoas. "Tudo aqui é em Nova Petrópolis é feito no coletivo", aborda a moradora. Em média, os dançarinos realizam 100 apresentações por ano. São, pelo menos, 10 grupos que tocam a tradicional musica germânica - conhecida como bandinha. O estilo é conhecido por além de ser dançante, utilizar instrumento de sopro, como o trompete. 
Outro atrativo que estabelece a cidade com características da Alemanha são as construções em estilo enxaimel - técnica em que as paredes são de vigas de madeira na vertical, horizontal e diagonal, cujo espaços são preenchidos com tijolos, pedras, entre outros materiais. A técnica foi trazidas pelos primeiros imigrantes ainda no século XIX. 
Um dos locais que usa a  técnica "enxaimel" é o Parque Aldeia do Imigrante. O atrativo turístico de maior destaque de Nova Petrópolis foi criado para resgatar e preservar o passado e cultura dos imigrantes - predominantemente alemã. 
Além disso, são comuns em Nova Petrópolis restaurantes voltado à culinária alemã. Com receitas típicas de famílias germânicas, pratos como o bolinho de batata, joelho de porco e, no doce, a massa folhada com maçã são as opções que enchem os turistas de expectativa para se deliciar, além da bebida mais tradicional do país europeu - o chope.
"Se tirar a cultura alemã, em Nova Petrópolis, não sobra quase nada na cidade", comenta Edineia Werner. Ela também é diretora e roteirista do espetáculo "Linhas de Memórias", do 51º do Festival Internacional de Folclore. A apresentação busca, justamente, evidenciar os traços da Alemanha presentes na cidade gaúcha.
No dia 25 de julho, data oficial de comemoração do bicentenário haverá apresentações de bandas típicas e de grupos de danças. "No dia, vai ter uma roda de conversa em que os moradores vão contar as suas histórias da imigração ou as histórias que ouviram de seus avós ou das pessoas mais antigas", conta.
 

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