Depois do lançamento feito no sábado passado (13), o Trem do Pampa abre os passeios ao público a partir das 8h30, em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. São dois horários de viagens, no trajeto que a liga a cidade até distrito de Palomas. Ao todo, são três horas de passeios - destas, 1h10 a bordo do veículo leve sobre trilhos (VLT) - em um percurso que corta o Pampa gaúcho com músicas e degustação de bebidas.
Para as datas em julho não há mais entradas disponíveis, assim como para o primeiro fim de semana de agosto. As entradas custam R$ 135,00 - com desconto de 50% para moradores da cidade - e podem ser adquiridas pela internet (tremdopampars.com.br) ou diretamente na estação central de Santana do Livramento. Os visitantes podem escolher iniciar o passeio por Livramento ou Palomas. O trajeto de retorno ao ponto de partida é feito por ônibus e, em ambos os trajetos, está prevista uma parada na Vinícola Almadén para a degustação de vinhos e sucos produzidos na Campanha gaúcha. A capacidade é de 100 pessoas por trajeto.
SAIBA COMO FUNCIONA O PASSEIO DO TREM DO PAMPA:
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O sucesso inicial do Trem do Pampa contrasta com a mobilização feita para que esse projeto saísse do papel. Em 2011, representantes da Giordani Turismo estiveram na cidade fronteiriça para debater sobre a iniciativa, na Câmara do Vereadores, sobre o plano de instalar um linha turística férrea e criar um atrativo para a região e o Rio Grande do Sul. A empresa tinha como objetivo colocar a expertise de outro passeio - a Maria Fumaça, que liga Bento Gonçalves a Garibaldi - a serviço do município.
A diretora da Giordani Turismo, Andréia Zucchi, relembra que lideranças da cidade tinham o sonho de reativar a ferrovia, que estava sem movimento, a partir do turismo. A partir dessa ideia, a empresa se mobilizou junto a parceiros, como a Miolo (que detém a Vinícola Almadén) e a Marcopolo (que, a partir do braço para trens, criou um modelo específico para o Trem do Pampa), recursos e ideias para implantar o trajeto. "Vimos que era bastante possível reproduzir, em Livramento, o que fazemos na Serra gaúcha, com a conexão do trem e do vinho", conta Andréia.
Ao todo, para a reforma das duas estações, dos trilhos, do VLT e outras adaptações, serão investidos R$ 25 milhões, projeta a executiva. Alguns percalços foram enfrentados no caminho como, por exemplo, reparos em cerca de 13 mil dormentes nos trilhos e a desapropriação da estação de Palomas, onde uma família residia. A ideia é, também, aumentar a velocidade do trem para permitir que mais passeios sejam feitos no dia - atualmente, a média é de 18km/h, mas o trem tem capacidade para chegar a 80km/h, conformes os testes. Todos os passeios são realizados aos sábados, inicialmente.
Para Andréia, a expectativa é que a cidade seja reconhecida por essa novidade, além do turismo de compras, mas também trazer o público de outras regiões para a fronteira com o Uruguai. "Queremos que o Trem do Pampa incentive o público a passar uma noite na cidade, pois isso movimenta diversos setores econômicos. Temos, inclusive, o plano de criar uma linha que conecte Porto Alegre e Santana do Livramento no futuro", revela a diretora.