Porto Alegre,

Publicada em 16 de Julho de 2024 às 18:04

Enchente revela itens de sítio arqueológico em Encantado

Especialistas da Unesco e dos governos federal e estadual identificaram cerâmicas dos índios Guaranis

Especialistas da Unesco e dos governos federal e estadual identificaram cerâmicas dos índios Guaranis

Andrea Zysko/DIVULGAÇÃO/CIDADES
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jornal cidades
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e o Ministério da Cultura, lançou uma missão internacional de emergência que percorrerá diversos locais e instituições culturais do Estado para avaliar os danos causados aos bens culturais e arquivos, além de apoiar a recuperação dos acervos e coleções atingidos pelas enchentes. No fim de semana, o grupo esteve na região do Vale do Taquari, visitando locais nos quais a enchente fez aflorar material de interesse arqueológico.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e o Ministério da Cultura, lançou uma missão internacional de emergência que percorrerá diversos locais e instituições culturais do Estado para avaliar os danos causados aos bens culturais e arquivos, além de apoiar a recuperação dos acervos e coleções atingidos pelas enchentes. No fim de semana, o grupo esteve na região do Vale do Taquari, visitando locais nos quais a enchente fez aflorar material de interesse arqueológico.
Especificamente, a comitiva conheceu um sítio arqueológico em Encantado descoberto pela água. Os especialistas permanecem no Estado até 19 de julho, e as ações ocorrerão até dezembro. A visita teve como objetivo conhecer o sítio arqueológico e avaliar a potencialidade e o impacto das pesquisas arqueológicas na região.
Cerâmicas e ferramentas de pedra foram expostas pela força das águas, revelando costumes de povos indígenas Guarani em pontos da região. Os materiais encontrados, como cerâmicas, vestígios faunísticos e botânicos, ferramentas de pedra lascada e estruturas de habitação, remontam a ocupações de mais de 3 mil anos.
A professora da Univates, Neli Galarce, destaca a importância de a população não interferir nos locais dos achados e apela para que a comunidade informe qualquer descoberta ao Laboratório de Arqueologia da Univates, reforçando que a coleta inadequada dos artefatos pode destruir dados importantes para a ciência arqueológica.
Os estudos na região do Vale do Taquari já identificaram mais de 100 pontos com vestígios e cadastraram mais de 80 sítios arqueológicos, revelando uma rica herança cultural. Dentre essas descobertas que já foram feitos estão itens desde artefatos indígenas até remanescentes de imigrantes europeus que passaram pela área. Os representantes da Unesco e do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) prestarão assessoria na busca de recursos para viabilizar a pesquisa e o acondicionamento dos achados de cultura material. Durante a visita, foram discutidas estratégias para garantir a proteção e a preservação do patrimônio arqueológico.
 

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