Um dos instrumentos que deve ajudar o Vale do Taquari a se reerguer, após sofrer com três enchentes em menos de um ano, é a criação de um laboratório para a análise de solos. O projeto visa fomentar a recuperação das áreas rurais atingidas pelas enxurradas. A iniciativa, que é liderada pela Fundação Agrícola Teutônia (FAT), almeja reduzir os impactos das fortes chuvas na região.
Um dos instrumentos que deve ajudar o Vale do Taquari a se reerguer, após sofrer com três enchentes em menos de um ano, é a criação de um laboratório para a análise de solos. O projeto visa fomentar a recuperação das áreas rurais atingidas pelas enxurradas. A iniciativa, que é liderada pela Fundação Agrícola Teutônia (FAT), almeja reduzir os impactos das fortes chuvas na região.
O projeto terá o investimento de R$ 923 mil e será apresentado ao governo estadual nas próximas semanas, a fim de conseguir recursos. A expectativa é que até dezembro o laboratório seja instalado no Vale do Taquari e comece a realizar de 600 a 800 análises mensais para clientes como, produtores rurais, cooperativas e entidades.
"A análise de solo irá dizer exatamente qual nutriente está faltando e quanto dele tem que ser adicionado. A contribuição do laboratório, será, portanto, em conhecer o perfil deste solo, porque a calagem e a adubação de lavouras é muito caro. E tem que ser feito na medida certa para que se tenha produtividade", explica o biólogo, professor e secretário de Administração de Bom Retiro do Sul, Carlos Dullius.
Ele comenta também que somente com as enxurradas de maio deste ano, 20% a 30% da área produtiva da região foi perdida. O desastre climático resultou na perda de nutrientes como fósforo e potássio, que são fundamentais para a fertilidade da solo. Dessa forma, a análise das terras rurais auxiliam na recuperação e melhora da qualidade e da produtividade da terra.
Esse serviço, aliado, aos institutos de meteorologia, pode auxiliar o produtor, também, no conhecimento do tempo correto da realização do plantio. Essas ações ajudam a reduzir os impactos das intempéries climáticas. A região, que tem 36 municípios, tem como carros-chefe a plantação de milho, trigo, soja, aveia, tomate, tabaco, laranja, uva, maça e erva-mate.
Atualmente, quando o produtor rural financia a área ou recebe insumos do poder público é necessário realizar a análise de solo. No momento atual, não há este serviço na região, sendo o mais próximo em Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul ou Porto Alegre.
"Já tivemos casos de produtores que perderam financiamento, porque esse procedimento não ficou pronto. Nós teremos uma tabela onde o produtor iria pagar menos. E se tiver um financiamento do poder público ele pagará menos ainda. Com o laboratório aqui podemos proporcionar proporcionará um serviço mais rápido, fácil e mais barato", comenta o biólogo.
Além de recuperar e melhorar a qualidade do solo, a iniciativa almeja proporcionar a plantação de outros cultivos que a região tradicionalmente não produz a fim de diversificar a colheita, de acordo com o Alberto Nüske. Ele também aborda que o setor agropecuário precisa de atenção para que os impactos das enchentes sejam reduzidos. "Se nada for feito demorará a três ou quatro anos para recuperarmos a nossa capacidade produtiva do solo impactado pelas enchentes", comenta.