O Vale do Taquari foi uma das regiões mais prejudicadas pelas fortes chuvas que assolaram o Estado. Com aproximadamente 20 mil habitantes, Arroio do Meio foi devastada pela força do Rio Taquari. A prefeitura estima que 13 mil pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pelas enchentes, o que representa 65% da população do município.
O Vale do Taquari foi uma das regiões mais prejudicadas pelas fortes chuvas que assolaram o Estado. Com aproximadamente 20 mil habitantes, Arroio do Meio foi devastada pela força do Rio Taquari. A prefeitura estima que 13 mil pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pelas enchentes, o que representa 65% da população do município.
Os estragos também se estendem ao comércio. Segundo o CDL, 161 estabelecimentos comerciais e 119 prestadores de serviço, 30 indústrias e 22 instituições ligadas ao turismo e outras áreas foram afetadas. No momento, a prioridade é reestabelecer as vias de conexão terrestres para facilitar o apoio na reconstrução da cidade e estruturar um plano de moradia para os desalojados.
LEIA TAMBÉM: Mês de maio já é o mais chuvoso da história em LajeadoAinda sofrendo com a tragédia ocorrida em setembro de 2023, o Vale do Taquari não teve tempo de se reconstruir. Oito meses depois, a região foi novamente atingida e as proporções dessa catástrofe ainda estão sendo calculadas. O prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel (PP), ressalta que a
situação atual é ainda pior que a do ano passado. “O nível da água que invadiu a cidade chegou a quatro metros acima do que tivemos em setembro, que já tinha feito um estrago muito grande. Bairros como o Navegantes e o Tiradentes hoje já não existem mais, tamanha foi a destruição”, lamenta.
Segundo o prefeito, 400 famílias ficaram sem moradia por conta das enchentes de 2023. Sem o devido tempo para a recuperação, o número aumentou drasticamente com as cheias deste ano. O Executivo municipal estima que são
mil familias desalojadas apenas em decorrência da tragédia das últimas semanas. Bruxel afirma que o projeto de 294 moradias cedidas pelo governo federal para realocar as pessoas que perderam suas casas na enchente de setembro não chegou a sair do papel. Agora, a cidade se desdobra para acolher quase o dobro de deslojados.
Além dos moradores, os comerciantes locais foram amplamente afetados. O levantamento preliminar da prefeitura de Arroio do Meio dá conta que o
prejuízo no setor agropecuário chega na casa dos R$ 50 milhões. “A rua principal foi totalmente devastada. coisa que não havia acontecido em vezes anteriores. Empresários perderam basicamente tudo que tinham em suas lojas. O impacto foi tão grande que não temos a dimensão total do prejuízo”, aponta Bruxel.
“Com a situação que vivemos em setembro, projetamos que levaríamos cerca de cinco anos para reerguer a cidade. Hoje, nossas projeções dão conta que levaremos entre 10 e 15 anos para restabelecer nossas vidas. Aos poucos estamos progredindo. Já voltamos com as aulas nas escolas municipais, estamos planejando como fornecer moradia para todos e temos como prioridade a reconstrução das nossas pontes”, conclui o prefeito.
O prefeito salienta que o processo de retomada da cidade passa por dois pilares: moradia e estradas. Arroio do Meio se encontra completamente isolada, já que a ponte que faz ligação com Encantado, na ERS-130, no norte do município, foi destruída pela força da água. Na parte sul, a famosa ponte de ferro também foi levada pela correnteza.
Há 12 dias, o Exercito Brasileiro havia construído uma passadeira, montada com alumínio para a passagem de pedestres. No entanto, com o volume de chuva da quinta-feira (23),
a passagem foi levada pela correnteza. Desde o último fim de semana, o Exército realizou a travessia de pessoas através de botes, mas as viagens são limitadas e só ocorriam durante o dia.
A previsão é de que ela possa ser reativada ainda esta semana.
*colaborou Gabriel Dias