Com chuvas recordes cada vez mais frequentes e volumosas, Lajeado, no Vale do Taquari, é uma das cidades gaúchas que mais sofreu com eventos climáticos relacionados às enchentes. A Estação Meteorológica da Universidade do Taquari (Univates) divulgou, na semana passada, que, somente em maio, o município teve a maior precipitação mensal registrada desde o início da medição da série histórica, em 2001, com 625,2 milímetros - a média história é de 149,1mm. O recorde anterior era de 544,6 mm, conforme dados da prefeitura.
Com chuvas recordes cada vez mais frequentes e volumosas, Lajeado, no Vale do Taquari, é uma das cidades gaúchas que mais sofreu com eventos climáticos relacionados às enchentes. A Estação Meteorológica da Universidade do Taquari (Univates) divulgou, na semana passada, que, somente em maio, o município teve a maior precipitação mensal registrada desde o início da medição da série histórica, em 2001, com 625,2 milímetros - a média história é de 149,1mm. O recorde anterior era de 544,6 mm, conforme dados da prefeitura.
Além disso, em abril deste ano, a estação da Univates reportou o volume de 529,8 mm, o terceiro mais volumoso da série. A média histórica para o mês é de 127,1mm. Ou seja, somados os meses de abril e maio, foram 1.155 milímetros de chuva, um volume expressivo para tão pouco tempo. Diante desse cenário, a comunicação com os moradores, a qualificação dos agentes públicos e a transformação de espaços alagáveis em áreas de lazer foram elencadas pela prefeitura como fatores determinantes para o enfrentamento as enchentes que castigam o município.
"Nesses dois meses tivemos chuva de um ano", comenta Luana Lermen Becchi, pelo Núcleo de Informações Hidrometeorológicas da Univates. Ele ainda comenta que a média anual de precipitações é de 1.916,7 mm de chuvas. Se considerado o dado de chuva coletado até 24 de maio, significa que, em 54 dias, choveu o equivalente a quase 60,25% de toda a chuva esperada para 2024 em Lajeado.
Como consequência disso, o Rio Taquari teve a mediação de até de 33,35 mm em maio, durante o período de enchente. O nível normal do Taquari é 13 metros - e a conta de inundação é de 19 metros. No período mais crítico, o município teve 1.300 pessoas nos 10 abrigos do município.
"Mandamos mensagens por aplicativos, mensagem, carros de som, redes sociais. Divulgamos na mídia tradicional. Não teve quem não soube (da enchente)", comenta o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo. De acordo com o chefe do Executivo, a comunicação é fundamental para auxiliar a população no deslocamento das suas moradias para um lugar seguro. "As pessoas tem que atualizar na forma de enfrentar enchente, por que elas - em muitos casos - não acreditam que chegará nas suas casas", afirma o mandatário.
Ele ainda comenta que pelas experiências anteriores, sobretudo a de setembro de 2023, Lajeado já estava mais preparada para enfrentar a situação deste ano. Dessa forma, os abrigos a fim de receber os moradores e os pavilhões de pouso e decolagem estavam contavam com as estruturas prontas para atender a cidade e região.
Caumo também aborda que um Lajeado buscou em Blumenau, cidade que foi atingida em 2008 por enchente, exemplos para o enfrentamento às cheias. "A tem se baseado muito buscado muito exemplo de Blumenau, em 2008, que conseguiu dar a volta por cima. Foi uma comunicação muito eficaz com o público para que ele também seja um agente ativo na enchente", afirma. Equipes da cidade catarinense, inclusive, vão ficar na cidade até o dia 3 de junho para auxiliar no rescaldo pós-enchente.
Outra iniciativa para garantir a segurança da população é transformação de espaços alagáveis em áreas de lazer. Por exemplo, a avenida Décimo Martins que, por ser uma área próxima ao rio era uma das localidades que mais sofria com as inundações. Por causa disso, a prefeitura desapropriou a área, e, inaugurou, em 2022, o Parque Linear Engenho neste local. "As pessoas deixaram de morar lá e tornou uma área de lazer. Se alagar, teremos prejuízo, mas não corre o risco de termos vidas perdida", complementou o prefeito.