Ainda no processo para o escoamento das águas que atingem todo o lado oeste da cidade, a prefeitura de Canoas começa a projetar os prejuízos que a cheia histórica causou no município. Um dos dados já levantados é de que o município precisará cerca de R$ 200 milhões para recuperar os prédios públicos que foram atingidos pelas águas.
Ainda no processo para o escoamento das águas que atingem todo o lado oeste da cidade, a prefeitura de Canoas começa a projetar
os prejuízos que a cheia histórica causou no município. Um dos dados já levantados é de que o município precisará cerca de
R$ 200 milhões para recuperar os prédios públicos que foram atingidos pelas águas.
Por enquanto, foram identificados problemas em 41 escolas municipais, 19 unidades básicas de saúde, três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), além de Farmácias Distritais, Centro de Apoio Psicossociais, dentre outros. Algumas delas precisarão ser reconstruídas. No Hospital de Pronto Socorro (HPS), que fica no bairro Mathias Velho, um dos mais atingidos pela enchente, a água chegou ao segundo andar e causou a perda de diversos equipamentos, incluindo dois tomógrafos - um deles adquirido em janeiro deste ano.
Além disso, o prefeito Jairo Jorge estima que, somente para limpeza, Canoas vai gastar R$ 90 milhões. O processo de higienização das ruas e avenidas inicia nesta segunda-feira (20), com equipes nos bairros Mato Grande e São Luís. A prefeitura vai contratar equipes extras, além de hidrojatos e locais em que possa descartar os resíduos. "São dois bairros que, por não terem diques nem áreas de proteção, a água escoa mais rápido. Por isso, a limpeza já poderá ser iniciada", explica o prefeito.
Jairo Jorge esteve, na sexta-feira (17), reunido com o vice-governador, Gabriel Souza, e o ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Em pauta, o prefeito colocou a recomposição das perdas do ICMS que, segundo ele, chega a R$ 179,2 milhões somente em 2024. "Sem esse valor, o máximo que conseguiríamos era manter os serviços atuais. Teremos um gasto para recompor a cidade e isso foi debatido", afirma. Ele solicitou recursos extraordinários, sobretudo vindo da suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União, que durará três anos.
Outro tema colocado na reunião entre as lideranças foi
a criação de cidades temporárias em Canoas. A cidade foi uma das quatro escolhidas pelo governo do Estado - junto com Porto Alegre, São Leopoldo e Guaíba - para receber o projeto. A ideia, segundo Jairo Jorge, é colocar cerca de
1 mil pessoas no Centro Olímpico da cidade, no bairro Igara, e
um contingente semelhante no campus da Ulbra. Não há previsão, contudo, de quando esses locais passarão a funcionar, pois é necessário montar a infraestrutura.