A cidade de Rio Grande, no sul do Estado, já sente os reflexos da elevação da Lagoa dos Patos, que ocorre em virtude do escoamento da água vinda das regiões afetadas pelas enchentes na metade norte gaúcha, como a Região Metropolitana de Porto Alegre e o Vale do Taquari. A projeção da prefeitura é de que o município sofra com a maior cheia da sua história, afetando toda a região das ilhas e dezenas de bairros.
A
cidade de Rio Grande, no sul do Estado, já sente os reflexos da elevação da Lagoa dos Patos, que ocorre em virtude do escoamento da água vinda das regiões afetadas pelas enchentes na metade norte gaúcha,
como a Região Metropolitana de Porto Alegre e
o Vale do Taquari. A projeção da prefeitura é de que
o município sofra com a maior cheia da sua história, afetando toda a região das ilhas e dezenas de bairros.
O principal registro da cidade é de 1941 quando, por motivo semelhante, mais de 3 mil pessoas foram retiradas de casa.
A água, em alguns pontos, segundo informativos da década de 1940,
bateu em 2,15 metros na região do Porto Velho. No entanto, a grande preocupação naquela época - e agora - é com o vento. E, nesse quesito, é que a cheia de 2024 pode ser mais prolongada e preocupante pois, conforme dados da Universidade Federal do Rio Grande (Furg),
que emite informes desde o final de semana sobre a situação, e de outros institutos especializados em clima,
a cidade deve ser impactada pelo vento sul, que gera represamento da água e evita que ela se escoe mais rapidamente para o oceano.
O prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, explica que um plano de emergência foi montado há alguns dias para retirada de pessoas da região das ilhas. A Ilha da Torotama é uma das mais impactadas. Contudo, ela salienta que há uma imensa dificuldade em convencer as pessoas a saírem das residências. "Estamos há dias conversando com a população de lá, mas muita gente não quer sair com medo de saques. Preferem ficar e proteger o patrimônio", explica.
Branco ainda aguarda um documento, que está sendo elaborado por profissionais da área climática, que dará a dimensão de quantas mil pessoas podem ser atingidas na cidade e qual o percentual do território poderia ficar submerso, caso o cenário mais crítico de elevação da Lagoa dos Patos se confirme. Na medição mais recente, nesta terça-feira, o volume era de 1,36m, o que representa 56 centímetros acima do nível normal. "Pelos prognósticos que recebemos, essa deve ser a maior enchente da cidade desde 1941", afirma.
Conforme o último levantamento apresentado pela prefeitura, eram 259 pessoas fora de casa em Rio Grande. A maioria conseguiu abrigo na casa de familiares. Além disso, o município já tem um cadastro de mais de 1 mil voluntários para atender, seja em abrigos, seja em resgastes. Por enquanto, boa parte desse efetivo não foi utilizado.
Área do Mercado Público da cidade já foi tomada pelas águas nesta terça-feira. (CRÉDITO: KSSDRONE/DIVULGAÇÃO/CIDADES)
Algumas ruas da cidade tiveram o desligamento da eletricidade para evitar incidentes com energia. Os endereços afetados são os mais próximos da Lagoa e das ruas alagadas, como as ruas Padre Feijó, Visconde do Rio Grande, Marechal Deodoro e Lagoa Azul. A via que liga a cidade às ilhas está interrompida. Além disso, a travessia de balsa entre Rio Grande e São José do Norte está suspensa. A Defesa Civil do município atende pelos telefones (53) 3233-8460 ou (53) 3233-8461