O município de Candelária, no Vale do Rio Pardo, tem na destruição das vias de acessos uma dos principais problemas causados pelas enchentes. O Exército suspendeu nesta quinta-feira (23), a passarela flutuante para pedestres - substituta da indisponível ponte na RSC-287 - pelo aumento nível do Rio Pardo, especialmente em sua corredeira.
A falta de acesso causa diversos transtornos, como a questão da saúde, pois Santa Cruz do Sul é a referência de saúde na região. Dessa forma, atendimentos, como, radioterapia, hemodiálise, quimioterapia são realizados no município. "Sem as vias de acesso, Candelária tem que realizar o deslocamento via Cachoeira do Sul ou Pinheiro. Aumenta em quase cinco horas o trajeto até Santa Cruz do Sul", conta o prefeito de Candelária Nestor Ellawanger.
Ainda na questão do deslocamento, uma alternativa de passagem de pedestres precisou ser desativada temporariamente. O Exército bloqueou a passarela flutuante para pedestres pelo aumento nível do Rio Pardo, especialmente em sua corredeira. A previsão do retorno do acesso construído pelo exército é para esta sexta-feira (24), segundo comandante do 3º Batalhão de Engenharia de Cachoeira do Sul, Tenente Vargas.
Ele ainda comenta que os entulhos, galhos e árvores que descem pela correnteza, obrigou a suspender a operação e realizar o desmonte da passadeira para garantir a segurança da população. Ao passo que as precipitações diminuírem e a força da correnteza também a passadeira será remontada pelo Exército.
As chuvas causaram outros diversos transtornos para a cidade do Vale do Rio Pardo, como inundações e deslizamentos na área urbana e rural. No período mais crítico foram 800 desalojados e 300 moradores em abrigos. Até a quinta-feira eram 30 famílias nas casas de acolhimentos e 100 pessoas fora de suas residências, de acordo com a prefeitura.
A ponte sobre o Rio Pardo na RSC-287, que liga a cidade a Vera Cruz e Santa Cruz do Sul e Porto Alegre, foi bloqueada devido pelo fato do asfalto ter cedido e a quebra de parte da cabeceira, desde o dia 30 de abril. As obras para reconstrução de um vão da ponte está estimulado no prazo aproximado de três semanas, segundo a concessionária Rota de Santa Maria.
"Eu nem vou dizer enchente é um dilúvio. É a maior catástrofe da história do Estado. Então vamos lá trabalhar e levantar a cabeça", comenta o prefeito, ao falar sobre o futuro da cidade.