As altas temperaturas registradas em Uruguaiana, aliadas à forte estiagem que atinge a região e às queimadas que restringem ainda mais a busca por alimentos dentro de seus próprios habitats são algumas das causas da aparição de animais silvestres no perímetro urbano da cidade. Na semana passada, a presença de um tamanduá, na área central, chamou a atenção e curiosidade da população para essa nova situação.
Conforme o biólogo Maykol Garcia Goulart, secretário municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem Estar Animal, todos esses fatores citados acima são preponderantes para causar a presença mais constante de animais silvestres em áreas mais próximas às habitadas da cidade. A expansão urbana também contribui para reduzir a distância entre os habitats naturais dos animais silvestres e os perímetros habitados."Especificamente relacionado à Uruguaiana, também temos o rio que circunda a cidade e proporciona uma população ainda maior de animais silvestres dentro desse circuito, o que gera a possibilidade crescente desses espécimes saírem de seus ambientes em busca de alimentação", explica.
Um dos animais silvestres que mais tem aparecido na região de Uruguaiana, de acordo com relatos, é o gambá, cuja dieta alimentar é muito variada. Por ser um marsupial onívoro (alimenta-se de matéria vegetal e animal), ele come insetos, larvas, cobras e ovos. Também está sendo muito comum o encontro de cobras (serpentes) em áreas urbanas. "Esses fenômenos ocorrem também pelas conversões de campos (bioma pampa) em lavouras, o que altera o ambiente natural desses animais", observa o biólogo.