Com a previsão de que o verão será de chuvas escassas no Rio Grande do Sul e, em particular, na região da Fronteira Oeste, a cidade de São Borja acende o alerta sobre desabastecimento de água. A razão principal é o fenômeno climático La Niña, que provoca chuvas bem abaixo da média. Nessa conjuntura, o momento é de preocupação na Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente. O temor é que possa faltar água tanto para abastecimento humano como em bebedouros para os animais.
O secretário da pasta, Eugênio Dutra informou que é crescente o número de famílias relatando dificuldades. Ele explica que mesmo poços de balde, que normalmente não secam, já estão ficando sem água, e a tendência é de o quadro piorar. Com isso, tem aumentado o número de pedidos para abastecimentos emergenciais com caminhões-pipa.
O secretário lembra que, já há três ou quatro anos, as ações do La Niña castigam a região. "Isso certamente afeta o lençol freático e, portanto, todos os mananciais hídricos ficam mais escassos", explicou. Dessa forma, a recomendação é no sentido de usar a água disponível somente para necessidades essenciais, evitando o desperdício.
Também como consequência de chuvas abaixo do normal, tem aumentado o número de solicitações para a recuperação de redes de abastecimento de água. "Estamos atendendo às demandas na medida do possível, mas temos restrições orçamentárias e também enfrentamos o problema burocrático de, as vezes, ter que fazer duas ou três licitações para solucionar apenas um caso pendente", explica o secretário.
Além do abastecimento humano, também é prioridade garantir bebedouros para as criações nas propriedades. Nesse sentido, mais de uma centena de açudes recebem operações de limpeza e manutenção. Com o emprego de escavadeira hidráulica ou de retroescavadeira, dependendo do caso, o trabalho é feito em etapas, agrupando várias propriedades de uma mesma localidade em operação em sequência, para que o trabalho seja otimizado.