A secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Novo Hamburgo, Roberta Gomes de Oliveira, participou de uma sessão plenária da Câmara de Vereadores. Convidada pelo líder de governo, Ricardo Ritter, ela introduziu o diagnóstico desenvolvido pela pasta como parte do processo de revisão do Plano Diretor Urbanístico Ambiental. A exposição foi detalhada pelo engenheiro civil Gustavo Taniguchi, representante da empresa Urbtec, consultora contratada para a realização dos estudos.
Para sua revisão, a Prefeitura propôs uma construção coletiva. O trabalho conjunto de equipes técnicas do Executivo, profissionais da Urbtec e população foi dividido em quatro etapas. A primeira consistiu na mobilização da sociedade civil e na estruturação da metodologia. A segunda fase, encerrada com a apresentação desta quarta-feira, dedicou-se à elaboração do diagnóstico do município, com estudos de campo, análise de dados e oficinas comunitárias para o conhecimento da realidade local.
O estudo da realidade local, cujos relatórios estão disponíveis no site da prefeitura, foi apresentado aos vereadores por Gustavo Taniguchi. Na realidade socioeconômica, Taniguchi destacou que o crescimento populacional hamburguense ocorre em uma taxa inferior às da região, descolando das médias estadual e nacional. "A cidade também sofre um pouco mais nas crises econômicas. Mas já se percebe uma dinâmica de ascensão nos últimos anos", apontou.
O estudo sinalizou ainda a evolução no número de microempreendedores individuais e avaliou questões como a densidade demográfica dos bairros, as atividades econômicas do município e os números relacionados ao emprego. Com base em dados ambientais e geográficos, a equipe técnica desenvolveu um mapa de aptidão à urbanização, destacando quadros favoráveis para a melhor ocupação do território.
Para a concretização do diagnóstico, também foi analisada a distribuição populacional ao longo dos anos, o zoneamento da cidade provocado pelas rodovias, o potencial turístico do município, seu patrimônio cultural e situações ligadas à infraestrutura, como a oferta de equipamentos comunitários e sociais, saneamento básico, drenagem urbana, pavimentação e mobilidade urbana.
Sobre trânsito, conforme o engenheiro, Novo Hamburgo possui alternativas viárias que não passam pela região central da cidade, o que é positivo. Mas há percursos sobrecarregados em horários de pico, como na avenida Nações Unidas e nas ruas Joaquim Nabuco e Marcílio Dias. Canudos, o bairro mais populoso da cidade, sofre ainda pela falta de vias coletoras e arteriais. "É preciso melhorar a circulação. O Parcão também serve como uma barreira para a conexão do bairro com outras áreas da cidade", comentou Taniguchi, que pontuou o baixo índice de deslocamento cicloviário no município.
Ao todo, as quatro oficinas que compuseram a etapa de construção do diagnóstico reuniram 268 participantes e somaram quase 280 contribuições. Entre os dias 22 de novembro e 1º de dezembro, novos encontros comunitários devem ser realizados, mas agora voltados para a formalização de propostas, que serão reunidas e apresentadas em audiência pública no começo de fevereiro. Uma nova audiência, marcada para o final de março, deve se encarregar da discussão do projeto de lei que será encaminhado à Câmara.