A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) começou a implantação, na ERS-040, que liga a Região Metropolitana de Porto Alegre ao Litoral Norte, dos passadores aéreos para facilitar a travessia segura de animais adaptados a viver em árvores - e que utilizam preferencialmente as copas ao longo de suas vidas. O objetivo da iniciativa é reduzir o impacto ambiental ocasionado pelo atropelamento de fauna, especialmente do bugio-ruivo.
O animal, bastante encontrado no entorno da rodovia, está ameaçado de extinção e, dessa forma, é protegido por lei. No entanto, outras espécies que passam a maior parte do tempo ou todo ele em árvores, como ouriços, gambás, roedores e marsupiais de pequeno porte também podem ser beneficiados.
Ao todo, serão 21 pontes de corda que estão sendo instaladas em seis zonas críticas da ERS-040, entre o quilômetro 13 e o 16, no quilômetro 21 e entre o 39 e o 42, ambos em Viamão. São estruturas específicas para animais que se deslocam pelas copas das árvores, diminuindo o deslocamento necessário para que os bichos encontrem uma oportunidade segura de cruzamento entre os dois lados da rodovia.
Os pontos de implantação foram definidos a partir de estudos realizados por especialistas em fauna, que consideraram os registros de mortes de animais, o número de carcaças localizadas ao longo da rodovia pelas equipes de conservação e manutenção, o mapeamento da vegetação florestal e, por fim, a identificação da provável ocorrência do bugio-ruivo nos ambientes marginais da estrada. Usuários e moradores participaram deste levantamento, respondendo às entrevistas realizadas nas áreas favoráveis à presença desses animais. Além disso, os locais foram previamente vistoriados em conjunto com a equipe responsável pela instalação das pontes.
De acordo com a equipe do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que atua em conjunto com na execução do Programa de Proteção e Monitoramento de Fauna da EGR, há experiências de sucesso com a utilização do mesmo tipo de estrutura em outros locais do Estado, até mesmo em áreas mais urbanizadas, como é o caso das pontes de corda instaladas no bairro Lami, em Porto Alegre. Como se trata de uma nova implantação, que ainda está em fase de análise, a utilização das estruturas pelos animais não é imediata, há uma fase de reconhecimento e adaptação pela fauna.