Os últimos 15 dias da pequena Alice Luísa Tonin tem sido diferentes. Internada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Passo Fundo, com diagnóstico de tumor renal, os cuidados para que a sua saúde seja preservada são diversos. Esta semana a equipe médica contou com uma ajudante muito especial nessa missão: a também Alice, uma cadela da raça Bernese.
O encontro da paciente e da terapeuta simboliza o retorno da Terapia Assistida por Animais (TAA), conhecida popularmente como Pet Terapia, projeto desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo (UPF), realizada no Hospital Veterinário (HV-UPF), pausado durante a pandemia de Covid-19.
Visitante frequente da instituição de saúde desde 2017, ano de criação do projeto, Alice já atendeu mais de 400 pacientes e é conhecida pelos corredores. Mas, mesmo assim, não deixa de atrair novos olhares. Ao lado da paciente com o mesmo nome, os seus 52kg são mais um motivo para diversão de todos, um dos propósitos da atividade. "Queremos trazer um pouco de amor, de carinho e de empatia para os pacientes que estão internados longe de casa. Mas, além deles, toda a equipe de profissionais também consegue relaxar quando vê uma Bernese tão grande quanto ela. Todo mundo afofa, dá oi e é nítido o brilho nos olhos", conta a professora da Residência em Medicina Veterinária, coordenadora da atividade e tutora de Alice, Michelli Ataíde.
Segundo o Journal of the American Association of Human-Animal Bond Veterinarians, apenas alguns minutos com os animais já pode fazer toda a diferença no tratamento: depois de 15 minutos interagindo com os pets, neurotransmissores importantes são liberados e as sensações de prazer e bem-estar estimuladas. Durante a Pet Terapia é possível ver isso na prática. "Os bichinhos estão aqui para nos ajudar sempre. Eles trazem essa nova vivência e fazem os pacientes esquecerem um pouco do branco do hospital, pensarem em coisas boas e não apenas nos problemas que enfrentam", afirma a docente.
Natural de São Valentim, cidade a menos de 2 horas de Passo Fundo, Alice está em tratamento no Centro Oncológico do hospital passo-fundense, o que faz a viagem entre os municípios ser frequente. "Ficamos muito felizes de ver ela assim, de sentir ela feliz, podendo desfrutar o ambiente externo e viver alguns minutos como se estivesse em casa. A Alice ama animais e tem contato diário com eles quando estamos em nosso lar, então pra ela é o máximo isso. Vendo ela feliz, nós ficamos felizes também", conta a mãe da pequena, Pâmola Tonin.