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Publicada em 05 de Março de 2025 às 10:17

Rotação de culturas avança na Metade Sul e amplia produtividade do arroz no RS

Colheita do arroz 2025

Colheita do arroz 2025

Gabriel Fritsch/JC Sul
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Gabriel Fritsch
Gabriel Fritsch Repórter
De Capão do Leão
De Capão do Leão
A rotação de culturas nas lavouras vem ganhando espaço na Metade Sul do estado, principalmente nas plantações de arroz e soja. Segundo dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) publicados no fim do ano passado, desde a introdução da soja em rotação com arroz, na safra 2009/10, até à safra 2023/24, o incremento na área cultivada foi de cerca de 40 vezes, e na última safra equivalia a 50,1% da área de arroz.
A técnica gerou projetos como o Sistema Arroz RS14, que foi apresentado durante a 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grão em Terras Baixas, em Capão do Leão. Segundo o instituto, o sistema busca resistência e sustentabilidade: o número 14 diz respeito à capacidade de o sistema elevar a produtividade média das lavouras de arroz no Estado a 14 toneladas por hectare. Atualmente, a produção está em cerca de 8,5 toneladas por hectare.
 
O projeto consiste do plantio do arroz com a rotação de outras culturas, como soja e milho, bem como as culturas de cobertura, como o trevo-persa, além da integração com a pecuária. Segundo o agrônomo Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão do IRGA, quando o produtor adota o sistema de produção, a lavoura passa a ter uma produtividade mais uniforme, sofrendo menos com picos de alta e baixa produção.
A rotação de culturas repõe nutrientes do solo e dificulta o desenvolvimento de invasoras. No Rio Grande do Sul, nessa safra, são mais de 970 mil hectares com arroz e mais de 360 mil hectares com soja.

Etapa fundamental, a escolha da semente também pode passar pelas variedades híbridas. “O arroz híbrido é um processo que, diferentemente do cultivar, ele é originado através de um cruzamento, e depois desse cruzamento, que a gente chama de F1, é originada a semente”, explica Matheus Scherer, gerente de marketing de cultivo da Basf. Ele esclarece que sementes como esta podem chegar a uma produtividade de 20% a mais, comparada a uma variedade tradicional.

Outro fator importante são boas práticas de manejo de solo. No evento, foram debatidas tecnologias para evitar a erosão e para reter a água na terra. A aplicação de defensivos também precisa ser correta. Segundo Altair Antonio Bizzi, agrônomo de campo da Corteva. “o produtor, além de usar o produto certo, no momento correto, na dose correta, ele fazer isso também que não impacte, vamos colocar assim, as culturas vizinhas”, pontua.

Apesar dos benefícios, a implementação da rotação de culturas enfrenta desafios, como a necessidade de ajustes no manejo das terras e a adaptação às novas técnicas agrícolas. Além disso, a variabilidade climática continua sendo um fator de risco que pode afetar a eficácia dessa prática.

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