Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Paleontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), descobriram, no arroio Chuí, em Santa Vitória do Palmar, um fêmur de um mastodonte, espécie da família do mamute e parente distante dos elefantes modernos.
O fóssil tem pouco mais de 100 mil anos. A descoberta foi realizada em 22 de janeiro pelo paleontólogo Renato Lopes, além dos professores Felipe Caron, Pedro Viero, Eduardo Barboza e Clóvis Gonzatti, ligados à Ufrgs. “Ele estava enterrado em uma camada de areia e lama na margem do Arroio Chuí que foi erodida pelas chuvas do dia anterior, expondo parcialmente o fóssil, que foi então escavado”, explicou Lopes ao Jornal do Comércio.
O fóssil tem pouco mais de 100 mil anos. A descoberta foi realizada em 22 de janeiro pelo paleontólogo Renato Lopes, além dos professores Felipe Caron, Pedro Viero, Eduardo Barboza e Clóvis Gonzatti, ligados à Ufrgs. “Ele estava enterrado em uma camada de areia e lama na margem do Arroio Chuí que foi erodida pelas chuvas do dia anterior, expondo parcialmente o fóssil, que foi então escavado”, explicou Lopes ao Jornal do Comércio.
Descoberta de fêmur de mastodonte de 100 mil anos no arroio Chuí em Santa Vitória do Palmar
Pedro Viero/Divulgação/JC

Descoberta de fêmur de mastodonte de 100 mil anos no arroio Chuí em Santa Vitória do Palmar
Pedro Viero/Divulgação/JC
Segundo o pesquisador, o osso pertence à espécie Notiomastodon platensis, um tipo de elefante extinto, que chegou à América do Sul há cerca de 2,5 milhões de anos e se espalhou pelo continente, principalmente a leste dos Andes. “Seus fósseis são encontrados desde a Colômbia até a Argentina”, detalha Lopes, que também salienta que os fósseis dessa espécie “já foram encontrados em diversos locais do Rio Grande do Sul, principalmente na porção sul da planície costeira do estado, no município de Santa Vitória do Palmar”.
Pela idade do fóssil, o mastodonte viveu durante o período geológico do Pleistoceno, que se estendeu de 2,58 milhões até 11.700 anos atrás. Não são incomuns as ocorrências de restos de animais pré-históricos na região, conta Lopes. “No município existem camadas de areia e lama que foram depositadas em rios e lagoas há dezenas de milhares de anos. Nesses corpos d'água foram soterrados e ficaram preservados fósseis de diversos animais, principalmente grandes mamíferos extintos, conhecidos como megafauna”. Recentemente, a equipe encontrou parte da mandíbula de um filhote de outra espécie de mamífero extinto, chamado toxodonte, e também um fêmur de uma espécie de preguiça gigante. Além desses grandes animais, também já foram encontrados roedores e uma cegonha, esta última em janeiro de 2023.
Diagrama do fêmur de mastodonte da espécie Notiomastodon platensis, um tipo de elefante extinto
Santa Vitória do Palmar/Facebook/Reprodução/JC

Diagrama do fêmur de mastodonte da espécie Notiomastodon platensis, um tipo de elefante extinto
Santa Vitória do Palmar/Facebook/Reprodução/JC
Para Lopes, a descoberta merece ser celebrada. “É raro encontramos fósseis grandes e preservados inteiros como esse, porque geralmente diferentes processos físicos e químicos acabam destruindo os ossos”, explica.
Outro ponto importante são as pistas que animais como estes dão sobre a história natural da região. “Fósseis de animais extintos mostram como era a fauna e o ambiente de uma região no passado, portanto ajudam a compreender como os ecossistemas se modificam ao longo do tempo e os diferentes processos, como as mudanças climáticas, que causam essas modificações”, enfatiza.
O pesquisador também esclareceu que os fósseis são considerados patrimônio natural e protegidos pela Constituição e leis estaduais. “A conservação e exposição de fósseis em museus ajudam a proteger e valorizar o patrimônio paleontológico da região, além de serem atrativos para turistas e estudantes, por exemplo”, aponta.
O fêmur do mastodonte está em fase de limpeza e preparação no Museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello. Segundo a prefeitura de Santa Vitória do Palmar, que noticiou a descoberta em seu perfil no Facebook na semana passada, assim que for concluído o processo, a peça será aberta à visitação pública no próprio museu.
Outro ponto importante são as pistas que animais como estes dão sobre a história natural da região. “Fósseis de animais extintos mostram como era a fauna e o ambiente de uma região no passado, portanto ajudam a compreender como os ecossistemas se modificam ao longo do tempo e os diferentes processos, como as mudanças climáticas, que causam essas modificações”, enfatiza.
O pesquisador também esclareceu que os fósseis são considerados patrimônio natural e protegidos pela Constituição e leis estaduais. “A conservação e exposição de fósseis em museus ajudam a proteger e valorizar o patrimônio paleontológico da região, além de serem atrativos para turistas e estudantes, por exemplo”, aponta.
O fêmur do mastodonte está em fase de limpeza e preparação no Museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello. Segundo a prefeitura de Santa Vitória do Palmar, que noticiou a descoberta em seu perfil no Facebook na semana passada, assim que for concluído o processo, a peça será aberta à visitação pública no próprio museu.