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Publicada em 26 de Fevereiro de 2025 às 15:04

Barragem de Arvorezinha em Bagé deve chegar 40% até o final do ano, promete prefeitura

Mainardi anunciou a entrada de uma empresa privada, custeada por repasses do governo federal, auxiliará Exército no andamento das obras

Mainardi anunciou a entrada de uma empresa privada, custeada por repasses do governo federal, auxiliará Exército no andamento das obras

Samuel da Rosa/Especial/JC
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Samuel da Rosa
Samuel da Rosa Repórter
De Bagé
De Bagé
As obras da Barragem de Arvorezinha, em Bagé, apontada como solução definitiva para o problema da falta de água no município do Sul do RS, seguem em andamento, mas a conclusão do projeto só deve ocorrer em 2028, 17 anos após seu início. Atualmente, a construção está entre 15% e 17% concluída. No entanto, a prefeitura anunciou um novo plano para acelerar o ritmo e pelo menos dobrar a evolução da obra até o fim de 2025.
"A gente espera estar em torno de uns 35% a 40% da obra executada. Se compararmos dois anos e quatro meses de cronograma com o avanço atual, teremos um crescimento significativo nos próximos dez meses", afirmou Cézar Augusto Gomes Scalcon, presidente do Comitê Gestor da Barragem.
 
A barragem começou a ser planejada em 2011, mas em 2013 a obra foi embargada por suspeitas de fraude. O embargo só foi revogado em 2016, e a construção foi retomada apenas em 2022. O prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi (PT), esteve recentemente em Brasília para garantir os recursos necessários para manter o andamento da obra.
"Na Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério da Integração Nacional, acertamos o repasse de recursos para que as obras continuem sem riscos de paralisação em 2025", declarou Mainardi. Ele destacou ainda que o Exército, responsável pela obra atualmente, será auxiliado por uma empresa privada para acelerar o cronograma.
Mesmo com as obras em andamento, a estiagem prolongada na região preocupa a administração municipal. A seca já causa impactos no abastecimento de água, e a possibilidade de racionamento voltou a ser discutida. Segundo Max Meinke, diretor-geral do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), a decisão dependerá do clima nas próximas semanas. "Ainda não entramos em racionamento, mas essa medida está na pauta devido à falta de chuvas em janeiro e à previsão incerta para fevereiro", explicou Meinke.
O órgão registrou que, entre 1º de novembro e 11 de fevereiro, 3.160 pessoas na área urbana e 266 moradores da zona rural precisaram ser atendidos com caminhões-pipa, demonstrando a gravidade da crise hídrica.
Além disso, a falta de chuva já gerou prejuízos com culturas como soja e arroz em diversas propriedades rurais, que pressionaram para que Mainardi decretasse situação de emergência no município em 17 de fevereiro. A medida ainda não foi homologada pelos governos do Estado e federal.
O decreto assinado pelo município tem como base laudos técnicos da Emater/RS-Ascar, do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) e pareceres da Defesa Civil municipal, que comprovaram a gravidade da situação. De acordo com o laudo emitido no dia 14 de fevereiro, o volume total de chuvas entre 20 de dezembro de 2024 e 11 de fevereiro de 2025 foi de apenas 88 milímetros, concentrados principalmente na sede do município.
O período também foi marcado por duas ondas de calor extremo, o que agravou os prejuízos na produção agropecuária. As perdas foram estimadas em R$ 77,26 milhões, sendo R$ 70,2 milhões na cultura da soja e R$ 7 milhões na bovinocultura de leite e de corte.
Enquanto a conclusão total da barragem ainda está distante, a prefeitura aposta no avanço da obra e no reforço no abastecimento para evitar que a população de Bagé enfrente mais um período crítico de escassez de água.

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