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Publicada em 24 de Fevereiro de 2025 às 15:53

Lula defende transição energética financiada pelo petróleo e anuncia retomada do polo naval em Rio Grande

Presidente da República participou de evento em Rio Grande nesta segunda

Presidente da República participou de evento em Rio Grande nesta segunda

Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil/JC
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (24), que a transição energética no Brasil será viabilizada pelos recursos gerados pelo petróleo. A declaração ocorreu durante a assinatura do contrato para a construção de quatro navios pela Transpetro, em parceria com o consórcio formado pela Ecovix, responsável pelo estaleiro Rio Grande, e a McLaren, do Rio de Janeiro. "Estamos discutindo transição. É com o dinheiro do petróleo que vamos poder fazer biocombustíveis, como o hidrogênio verde. Sou contra combustíveis fósseis, depois que não precisarmos mais deles", disse Lula. O posicionamento ocorre em meio a críticas ambientais à exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas e à possibilidade de novas atividades na Bacia de Pelotas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (24), que a transição energética no Brasil será viabilizada pelos recursos gerados pelo petróleo. A declaração ocorreu durante a assinatura do contrato para a construção de quatro navios pela Transpetro, em parceria com o consórcio formado pela Ecovix, responsável pelo estaleiro Rio Grande, e a McLaren, do Rio de Janeiro.

"Estamos discutindo transição. É com o dinheiro do petróleo que vamos poder fazer biocombustíveis, como o hidrogênio verde. Sou contra combustíveis fósseis, depois que não precisarmos mais deles", disse Lula.

O posicionamento ocorre em meio a críticas ambientais à exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas e à possibilidade de novas atividades na Bacia de Pelotas.
Lula afirmou que sua presença no Rio Grande do Sul simboliza a retomada do polo naval | Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil/JC
Lula afirmou que sua presença no Rio Grande do Sul simboliza a retomada do polo naval Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil/JC


Exploração e biorrefinaria

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, celebrou a expansão da estatal, que atualmente conduz atividades exploratórias em diversos blocos do país, sendo 29 deles na Bacia de Pelotas. Segundo ela, estudos indicam semelhanças entre a área e a Bacia da Namíbia, conhecida como a "Nova Guiana".

Durante o evento, Chambriard anunciou ainda a conversão da refinaria Rio Grandense em uma biorrefinaria até 2029. O investimento será de R$ 5,5 bilhões, com a criação de 4 mil empregos. "Será a primeira refinaria do Brasil a fabricar produtos 100% renováveis, incluindo combustível de aviação vegetal", afirmou.

Além disso, a Petrobras destinará R$ 23 bilhões para a contratação de 44 embarcações voltadas ao transporte de derivados de petróleo e gás.
Também durante o evento, visivelmente emocionada, a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira, destacou a importância da retomada do setor naval, citando as perdas sofridas após a crise que levou à paralisação do estaleiro em 2016. "Nos sacaram violentamente o polo naval, e hoje é a retomada da esperança. Esses quatro cascos são só o começo do que está por vir", declarou. Ela também pediu a inclusão da conclusão da BR-392 no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e maior agilidade na construção da ligação a seco entre São José do Norte e Rio Grande.

O presidente da Transpetro, Sérgio Bassi, reforçou que a indústria naval brasileira está sendo recuperada "de maneira perene e sustentada". Já José Antunes Sobrinho, acionista da Ecovix, ressaltou a importância das operações portuárias para a sobrevivência da empresa e comemorou a nova fase do setor. "A tristeza que sentimos quando 5 mil trabalhadores foram dispensados em 2016 foram compensadas pelo júbilo de agora". Ele também agradeceu à Portos RS por trazerem, "importantes operações portuárias que garantiram a nossa sobrevivência", no período de baixa atividade de polo.

Clima de campanha e críticas à Lava Jato

O evento teve forte tom político, com discursos ressaltando a recuperação da indústria naval e críticas à Lava Jato. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou o apoio ao presidente e disse que "o mandato do presidente Lula acaba em dois anos, Lula três, e com a ajuda do povo vamos ter um 'Lula 4'". A plateia reagiu com gritos de "sem anistia", em alusão ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares de alta patente acusados pela Procuradoria-Geral da República de se articularem para dar um golpe de estado.


Lula afirmou que sua presença no Rio Grande do Sul simboliza a retomada do polo naval após os desdobramentos da operação Lava Jato. Ele criticou governos anteriores e disse que a Petrobras foi alvo de tentativas de enfraquecimento desde sua criação, em 1950. "Pegamos um país semidestruído, o trabalho de vários ministérios foi desmontado. A preocupação daquele governo era contar 11 mentiras por dia", disse o presidente. Ele também acusou gestões passadas de vender ativos da Petrobras: "Resolveram vender pedaços da Petrobras, como a BR Distribuidora, e sucatear para depois vender para o Gerdau transformar em outra coisa qualquer".
Cerimônia teve assinatura do Contrato de Navios da Transpetro pelo Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras | Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil/JC
Cerimônia teve assinatura do Contrato de Navios da Transpetro pelo Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil/JC

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