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Publicada em 18 de Fevereiro de 2025 às 17:37

Estiagem prolongada coloca Bagé em situação de emergência

Prejuízos com  forte seca foram calculados em mais de R$ 77 milhões, sobretudo nas lavouras de soja

Prejuízos com forte seca foram calculados em mais de R$ 77 milhões, sobretudo nas lavouras de soja

Terezinha Mariza Vilk/ Divulgação/JC
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Agências
O prefeito Luiz Fernando Mainardi assinou, na segunda-feira (17), o Decreto nº 44/2025, declarando Situação de Emergência em todo o território urbano e rural de Bagé. A medida foi adotada diante dos impactos severos da estiagem prolongada, que comprometeu o abastecimento de água, gerou prejuízos expressivos ao setor agropecuário e afetou diretamente milhares de moradores.
O prefeito Luiz Fernando Mainardi assinou, na segunda-feira (17), o Decreto nº 44/2025, declarando Situação de Emergência em todo o território urbano e rural de Bagé. A medida foi adotada diante dos impactos severos da estiagem prolongada, que comprometeu o abastecimento de água, gerou prejuízos expressivos ao setor agropecuário e afetou diretamente milhares de moradores.
Mesmo com as chuvas registradas nos últimos dias, os efeitos acumulados da seca persistem e continuam trazendo prejuízos severos à economia local. O decreto assinado pelo município tem como base laudos técnicos da Emater/RS-Ascar, do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) e pareceres da Defesa Civil municipal, que comprovaram a gravidade da situação.
O prefeito ressaltou que a decisão foi tomada com cautela e diálogo, após ouvir diversos setores impactados pela seca. "Embora tenhamos registrado algumas chuvas nos últimos dias, isso não reverte os danos acumulados ao longo de meses de estiagem severa. Bagé enfrentou um período prolongado de altas temperaturas e pouca precipitação, comprometendo o abastecimento de água, a produção agropecuária e a subsistência de muitas famílias. As perdas já consolidadas no campo não serão recuperadas apenas com a volta das chuvas, e é por isso que precisamos adotar medidas concretas para minimizar os impactos e garantir apoio a quem mais precisa."
De acordo com o laudo emitido no dia 14 de fevereiro, o volume total de chuvas entre 20 de dezembro de 2024 e 11 de fevereiro de 2025 foi de apenas 88 milímetros, concentrados principalmente na sede do município. O período também foi marcado por duas ondas de calor extremo, o que agravou os prejuízos na produção agropecuária. As perdas foram estimadas em R$ 77,26 milhões, sendo R$ 70,2 milhões na cultura da soja e R$ 7 milhões na bovinocultura de leite e de corte.
Além das perdas no campo, a estiagem afetou diretamente o abastecimento de água. O Daeb registrou que, entre 1º de novembro e 11 de fevereiro, 3.160 pessoas na área urbana e 266 moradores da zona rural precisaram ser atendidos com caminhões-pipa, demonstrando a gravidade da crise hídrica.
O Decreto tem validade de 180 dias, e sua efetivação dependerá do reconhecimento estadual e federal, que são procedimentos indispensáveis para que Bagé possa acessar auxílios financeiros, linhas de crédito emergencial e programas específicos para mitigar os impactos da estiagem.

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