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Publicada em 18 de Fevereiro de 2025 às 10:43

Fatores climáticos elevam preço da cesta básica em Pelotas

Em janeiro de 2023, a cesta básica em Pelotas custava R$ 628,57

Em janeiro de 2023, a cesta básica em Pelotas custava R$ 628,57

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Gabriel Fritsch Repórter
A inflação de janeiro fechou em 0,16%, a menor taxa para um único mês desde 1994, impulsionada pelo desconto na conta de luz para milhões de brasileiros. No entanto, o custo da cesta básica segue em alta, principalmente devido ao impacto dos preços dos transportes e dos alimentos. Em Pelotas, a combinação de eventos climáticos extremos e os custos logísticos têm pressionado o orçamento das famílias.
O economista Marcelo Passos, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explica que a inflação dos alimentos está diretamente ligada às condições climáticas, que vêm se tornando cada vez mais extremas. "O Brasil é uma potência agrícola e agropecuária, mas o risco que pode afetar esse setor é a questão climática. Tivemos o janeiro mais quente da história no mundo", alerta.
 
Os reflexos desses eventos já são sentidos no bolso dos consumidores. Em janeiro de 2023, a cesta básica em Pelotas custava R$ 628,57. Com os reajustes anuais e a pressão dos preços dos transportes e alimentos, a tendência é que esse valor continue subindo.
Outro fator que impacta o custo dos alimentos na região é a logística de distribuição. Segundo Passos, produtos industrializados chegam a Pelotas com valores mais altos devido aos custos de transporte. "Produtos que são mais baratos em estados do Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais, chegam aqui mais caros. Já o arroz, por exemplo, é um item que se mantém mais acessível na região", explica.
O aumento dos preços dos alimentos no Brasil não é um fenômeno isolado e está diretamente ligado à política monetária do país. A taxa Selic, atualmente em 13,25%, é um dos instrumentos usados para tentar frear a inflação, encarecendo o crédito e reduzindo o consumo.
"Existe um ciclo político por trás das decisões sobre juros. Normalmente, no início de um governo, o Banco Central toma medidas mais duras, como aumentar os juros, para depois reduzi-los gradualmente e entregar um melhor resultado econômico no último ano do mandato", analisa Passos.
Enquanto isso, o consumidor precisa se adaptar e buscar alternativas para equilibrar o orçamento. A expectativa é que, com a queda dos juros ao longo do ano e uma possível estabilização dos fatores climáticos, os preços dos alimentos desacelerem nos próximos meses.

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