Canguçu é mais um dos municípios do RS que decretou situação de emergência devido à estiagem. O prefeito Vinicius Pegoraro assinou, na quarta-feira (12), o decreto nº 9302/2023, que já está em vigor, e agora aguarda a homologação do decreto por parte do Estado e da União.
A decisão foi tomada com base em um relatório produzido pela Emater/RS-Ascar, analisando prejuízos humanos, ambientais intrínsecos e econômicos. Ao todo, conforme apontado pelo relatório do órgão, o município já contabiliza um prejuízo de cerca de R$ 61 milhões somente levando em conta a produção agrícola.
Segundo notícia no site da prefeitura de Canguçu, a medida foi tomada para que o município tenha acesso a formas mais efetivas e ágeis para aquisição de bens para o enfrentamento da crise hídrica. Além disso, o documento permite que os produtores afetados possam obter adesão a seguros agrícolas e negociações de dívidas.
A Assessoria Econômica da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) realizou um levantamento dos
prejuízos causados pelas estiagens dos últimos anos no estado. De 2020 a 2024, conforme o estudo, o Rio Grande do Sul não registrou perdas apenas em 2021, ano de forte estiagem, mas
acumulou um total de R$ 106,5 bilhões que, ajustando pela inflação, chega a R$ 117,8 bilhões.
Considerando todo o agronegócio, incluindo a agropecuária, indústria, serviços e impostos indiretos o total chega a R$ 319,1 bi. O valor é equivalente a 49% do PIB do estado tendo como referência a estimativa preliminar de 2023 (último dado do Departamento de Economia e Estatística) que é de R$ 645,3 bi. Para o cálculo foram utilizadas as culturas de arroz, soja, milho e trigo, principais do estado.
De acordo com a compilação de dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 79 municípios haviam decretado situação de emergência até a terça-feira (11). Destes, 21 tiveram o decreto homologado pelo governo do estado, e sete obtiveram reconhecimento federal. Além disso, 105 municípios noticiaram situação de emergência.