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Publicada em 14 de Fevereiro de 2025 às 10:19

Policiais civis de Bagé demandam mudança em escala de plantões

Sindicato da categoria aponta danos da escala de 24h na saúde mental dos policiais, podendo até mesmo ocasionar tentativas de suicídio

Sindicato da categoria aponta danos da escala de 24h na saúde mental dos policiais, podendo até mesmo ocasionar tentativas de suicídio

Polícia Civil/Divulgação/JC
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Samuel da Rosa
Samuel da Rosa Repórter
Escalas de 24 horas seguidas de 72 horas de descanso, turnos intensos e déficit de efetivo são desafios enfrentados pelos policiais civis do Rio Grande do Sul, em especial de Bagé, onde reivindicam a adoção da escala de 12 horas.
De acordo com o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm), essa rotina de trabalho tem gerado impactos severos na saúde mental dos agentes, com registros de afastamentos por estresse e até casos de suicídio.
 
O presidente do sindicato, Isaac Ortiz, defende a substituição da escala atual por um modelo de 12 horas de trabalho, argumentando que o sistema vigente é “desumano”. "A escala de 12 horas é uma escala humana, possível de cumprir, né? Porque a escala de 24, tu não consegue cumpri-la. Não existe nada, nenhum organismo em tempo de paz que consiga trabalhar 24 horas sem descansar", afirmou Ortiz.
Segundo ele, a sobrecarga enfrentada pelos plantonistas compromete tanto o desempenho profissional quanto a qualidade de vida dos agentes. "Nós temos uma vida útil no plantão, né? Porque o plantão é altamente desgastante. No plantão, atende-se tudo que tem de ruim. Nós temos plantões que geram um estresse maluco, e as pessoas se afastam por conta do excesso de trabalho", declarou o representante da Ugeirm.
Ortiz também destacou casos de suicídio entre policiais que atuavam sob essa escala de trabalho. "Nós tivemos em Pelotas, por exemplo, dois suicídios em momentos diferentes do plantão, de plantonistas", afirmou.
A titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Bagé, delegada Karen Nascimento, disse ao Jornal do Comércio que também é favorável à escala de 12 horas, tanto no modelo 12x24 quanto no 12x72. No entanto, ela relatou dificuldades para a implementação da mudança na cidade. Ela disse que apresentou a demanda ao delegado regional da Polícia Civil, mas a mudança não foi possível devido à falta de efetivo, somada a ações como a Operação fronteira e ao período de férias.
A Ugeirm segue negociando com a chefia da Polícia Civil para a adoção da escala de 12 horas em todo o estado. Segundo Ortiz, a mudança seria fundamental para preservar a saúde dos agentes e garantir um melhor desempenho nas atividades de segurança pública.

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