A economia criativa tem ganhado espaço como uma alternativa rentável para empreendedores que desejam transformar talento e inovação em fonte de renda. No Fórum Municipal de Governança Cultural de Bagé, realizado no Palacete Pedro Osório, especialistas e produtores compartilharam experiências e estratégias para estruturar negócios criativos de forma sustentável, garantindo maior alcance e lucratividade.
A jornalista e produtora cultural Angélica Seguí, de Santana do Livramento, foi uma das participantes do evento. Com 15 anos de atuação na fronteira entre Brasil e Uruguai, ela destacou a importância da profissionalização para que artistas e criadores possam viver de sua produção. "Ganhar dinheiro a partir de ideias. Então, um artista, um artesão, um escritor que vende a sua obra literária, por exemplo, ganha dinheiro para poder viver disso, trabalha dentro do que é a indústria criativa e, por ente, a economia criativa", afirmou.
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Segundo Seguí, o diferencial desse setor está no capital intelectual e na capacidade inovadora dos empreendedores. "A partir do teu capital intelectual, das tuas ideias, tu conseguir vender isso e ter um recurso financeiro que entra a partir da criatividade, a partir da inovação do que tu faz com as tuas ideias. A gente tem o principal nas nossas regiões, o capital intelectual, as ideias das pessoas, a capacidade criativa", explicou.
A capacitação e a estruturação de modelos de negócios foram apontadas como essenciais para que a criatividade se transforme em empreendimento. "Para isso, a gente não precisa de muita infraestrutura. A gente precisa capacitar as pessoas para que elas consigam realizar modelos de negócios sustentáveis, para que essas ideias deixem de ser ideias e se transformem em empreendimentos", completou Seguí.
A advogada e artesã Ana Gonzalez exemplifica essa realidade. Ela atua no mercado de velas personalizadas e vê seu trabalho não apenas como uma expressão artística, mas também como um motor para o turismo e a cultura local. "Geralmente, as pessoas, quando visitam outras cidades, elas querem comprar um produto que seja feito ali na cidade. Embora tenha minha atividade jurídica, eu sou apaixonada por artesanato desde os sete anos", contou.
Para Ana, a expansão de seu negócio também gerou impacto no mercado de trabalho. "Isso me dá uma dimensão maior, porque hoje eu também tenho uma pessoa que eu contratei, que trabalha comigo", disse.
Outro nome presente no evento foi Ana Fagundes, ex-secretária adjunta da Cultura de Porto Alegre e criadora do programa RS Criativo, que busca incentivar o setor no estado. Ela destacou a importância de fortalecer a comercialização de produtos regionais. "Eu quero comprar o azeite do forte, que eu amo. Onde é que tem? Só tem lá na fazenda, provavelmente. Onde é que eu encontro os vinhos da Estância Paraíso, que eu não preciso ir lá na Estância?", questionou, ressaltando a necessidade de ampliar os canais de venda.
Fagundes também pontuou a valorização dos produtos locais como parte da identidade cultural e da experiência turística. "O queijo Tambero aqui de Bagé, que é uma maravilha. Quando a gente vai num lugar, a gente quer comprar um produto com a identidade daquela região", afirmou.
A governança cultural e a economia criativa têm sido fortalecidas por meio de iniciativas como fóruns e consultorias especializadas, permitindo que artistas e empreendedores desenvolvam estratégias de mercado mais eficientes. A profissionalização do setor, aliada a um planejamento estruturado, pode ampliar as oportunidades de crescimento e garantir a sustentabilidade dos negócios criativos.
Com mais visibilidade e investimento, a economia criativa segue se consolidando como uma alternativa viável para quem busca transformar talento em profissão e cultura em desenvolvimento econômico.
Com mais visibilidade e investimento, a economia criativa segue se consolidando como uma alternativa viável para quem busca transformar talento em profissão e cultura em desenvolvimento econômico.