de Bagé
Conhecida como Rainha da Fronteira, Bagé, uma cidade bicentenária, chama a atenção por seu patrimônio arquitetônico, seja na área urbana ou rural. Fundada em 17 de julho de 1811, tem imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Os espaços públicos são pontos turísticos do município e contam histórias através de memórias, arte e cultura, e fazem uma conexão entre passado e presente, narrando o que eram e o que se tornaram.
Presidente do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda (NPHTT), o historiador Jaime Barbosa Viviam Jr. define que “em Bagé, a história está viva onde se puder observar; seja no nome de uma rua, em um prédio, um livro, ou até mesmo em um espaço vazio, que te aguça a curiosidade de saber o que um dia foi ali naquele lugar”.
Para que esse espírito se mantenha em meio à evolução econômica do município, o historiador afirma que a parte mais importante da preservação é o legado da história. “Penso que se hoje estamos aqui, foi porque outros, no passado, nos permitiram”. Nessa relação entre passado e presente, Jaime crê que as novas tendências são reflexos dos movimentos que aconteceram, “caso contrário, ainda estaríamos em ‘em aldeamentos modestos’, pois é o legado e o respeito, ou melhor, a consideração pelos feitos daqueles que não estão mais aqui, que definimos como patrimônio”.
Apesar de muitos imóveis já terem passado por restauros e outros serem tombados, o cuidado é uma linha tênue entre a escassez de algumas técnicas e o investimento em áreas privadas, opina o historiador. “É um assunto delicado de tratar e pontuar, pois Bagé é uma cidade que possui inúmeros prédios com representatividade arquitetônica, histórica e artística. A exemplo disso, há grande quantidade de edificações com dom e técnica do ‘cimento penteado’. Na minha opinião, esses detalhes são os que mais dificultam os restauros, pois são técnicas escassas, fazendo com que esses proprietários, na maioria das vezes de imóveis privados, tenham como questionamento investir no segmento”.
Postal de 1904 retratando o Palacete Pedro Osório em Bagé
Reprodução/JC
Palacete Pedro Osório foi construído pelo médico homônimo, e adquirido pela prefeitura de Bagé em 1951
Dentre os patrimônios arquitetônicos edificados, tem-se exemplos de restauros realizados na Sociedade Portuguesa de Beneficência (Museu Dom Diogo de Souza), no prédio do Banco Nacional do Comércio (Casa de Cultura Pedro Wayne), no Palacete Dr. Pedro Osório (Secretaria Municipal de Cultura, no prédio da antiga Estação Férrea de Bagé (Centro Administrativo), no Solar da Sociedade Espanhola (Instituto Municipal de Belas Artes), e na Igreja Matriz de São Sebastião.
"As entidades culturais, nos mais variados segmentos, têm o compromisso de cultuar o ‘gostar’ da história, sendo o querer pela cultura local, o patrimônio, e a nossa identidade", acredita Jaime. Ele também pontua que "infelizmente ou felizmente, nossa sociedade só respeita o que ela conhece ou admira; caso contrário, cai no descaso. Por isso precisamos semear a educação, a cultura e o compromisso, para, dessa forma, lá na frente, podermos olhar para o passado e nos orgulhamos do legado deixado”, acredi
Imóveis são tomados por órgãos estadual e federal
Hoje, Bagé possui imóveis tombados, além de outros inventariados pelo município através de leis municipais. A Igreja Matriz de São Sebastião e o Forte de Santa Tecla são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; já a Antiga Estação Férrea de Bagé, a Hidráulica de Bagé, o Palacete Pedro Osório e o Centro Histórico de Bagé são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.
Confira o que foram e o que são agora alguns dos pontos históricos de Bagé
- Antiga Cadeia Municipal é o Núcleo Moveleiro do Pampa;
- Antiga Cobagelã é o Arquivo Público Municipal;
- Antiga Estação Férrea é o Centro Administrativo da Prefeitura de Bagé;
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Banco Nacional do Comércio é a Casa de Cultura Pedro Wayne;
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Charqueada de Santa Thereza é o Centro Histórico Vila de Santa Thereza;
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Clube Comercial é o espaço da Secretaria Municipal de Cultura;
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Hidráulica Municipal é o Memorial da Água;
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Hotel do Comércio é utilizado por uma loja de departamentos;
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Intendência Municipal é a Prefeitura;
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Sociedade Portuguesa de Beneficiência é o Museu Dom Diogo de Souza - FAT/Urcamp;
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Solar da Sociedade Espanhola é o Instituto Municipal de Belas Artes (Imba).
Outros pontos turísticos de Bagé
- Biblioteca Municipal Dr. Otávio dos Santos;
- Cemitério da Santa Casa de Caridade;
- Cerros de Bagé;
- Cidade Cenográfica de Santa Fé;
- Coreto Municipal;
- Estádio Pedra Moura - Grêmio Esportivo Bagé;
- Ginásio Presidente Médici - Militão;
- Igreja Matriz de São Sebastião (Catedral de São Sebastião);
- Igreja Nossa Senhora Auxiliadora;
- Igreja Nossa Senhora da Conceição;
- Museu da Gravura - FAT/Urcamp;
- Palacete Pedro Osório;
- Parque de Exposições Visconde Ribeiro de Magalhães - Associação e Sindicato Rural de Bagé;
- Parque do Gaúcho Dimas Costa;
- Ponte Seca - Av. Presidente Vargas;
- Praça da Estação (Praça Júlio de Castilhos);
- Praça da Matriz (Praça Gen. Carlos Telles);
- Praça das Carretas (Praça João Pessoa);
- Praça Deportes (Praça Barão Rio Branco);
- Praça do Coreto (Praça Gaspar Silveira Martins);
- Santuário Nossa Senhora Conquistadora;
- Sítio Histórico Fundações do Forte Santa Tecla