O projeto do Ecoparque Turístico Molhes da Barra, uma intervenção voltada a aprimorar o turismo local em Rio Grande, com a instalação de infraestrutura, qualificação e preservação paisagística no tradicional cartão postal da cidade, vem angariando simpatia de um dos personagens típicos da praia do Cassino: os vagoneteiros.
Para condutores das vagonetas - veículos sobre trilhos movidos a vela -, a revitalização da área trará mais turistas à região, além de uma série de benefícios para a cidade e para os trabalhadores da região, criando novas oportunidades de emprego e qualificação profissional.
“Vai ser um benefício para a cidade e para o balneário, pois a estrutura vai ser mais adequada. Com novos estacionamentos e espaços para restaurantes e lanchonetes, a economia local vai ser fortalecida. Além disso, isso deve gerar novas oportunidades para os vagoneteiros e outros profissionais”, afirmou José Roberto, que trabalha no local há anos, conduzindo uma das dezenas de vagonetas que levam turistas do início ao fim do Molhe Oeste, no lado riograndino.
O projeto foi contemplado pelo programa Iconicidades, e é objeto de um convênio entre a prefeitura e o governo do Estado, firmado na primeira quinzena de janeiro. Segundo a prefeitura de Rio Grande, ainda não foi confirmada a data da licitação da obra em si, bem como seu custo total. O projeto executivo prevê a qualificação e preservação paisagística da Zona de Proteção Ambiental, com infraestrutura voltada ao turismo, e foi desenvolvido pelo Estúdio 41 Arquitetura, vencedor de um concurso no âmbito do Iconicidades, custeado por um aporte de R$ 600 mil.
A abrangência da obra é a área de 12 hectares situada na zona de proteção ambiental da cidade, mais especificamente na base do Molhe Oeste, no estuário da Lagoa dos Patos, o maior estrangulado do mundo. O objetivo é harmonizar a infraestrutura humana com o ambiente natural, criando um espaço que combine lazer, educação ambiental e gastronomia.
Entre as melhorias previstas, estão a construção de 2.300 m² de decks, trilhas ecológicas que somam 1,8 quilômetros, uma praça de acolhimento de mais de 2.500 m² e uma área de lazer que incluirá restaurantes, lanchonetes e lojas. Esta proposta visa não só embelezar e valorizar a área, mas também dar uma nova dinâmica ao turismo de Rio Grande, uma cidade que já recebe visitantes por sua história, paisagens naturais e atividades náuticas.
Os Molhes da Barra, construídos em 1911, são considerados a segunda maior obra de engenharia oceânica do mundo, perdendo apenas para o Canal do Panamá. São eles que protegem a entrada da Barra do Rio Grande, permitindo uma navegação segura e evitando a formação de bancos de areia que seriam um impeditivo para a atividade portuária.
O vagoneteiro também destacou a necessidade de melhorias na infraestrutura que serve às próprias vagonetas para acomodar a demanda crescente pelos passeios que opera. A manutenção dos trilhos e a modernização dos motores são fundamentais para garantir que os turistas tenham uma experiência segura e agradável. “Com o aumento do número de visitantes, a infraestrutura precisa ser adequada. Estamos prontos para atender a nova demanda, mas os trilhos e motores precisam de melhorias urgentes”, acrescentou.
O Ecoparque Molhes da Barra se insere no contexto da revitalização de espaços arquitetônicos e naturais da região, um movimento impulsionado pelo programa Iconicidades, que também contempla outros projetos de revitalização no estado, como o que está sendo realizado em São Leopoldo. Ao valorizar a conexão entre a comunidade e os espaços naturais, o governo gaúcho busca não só atrair mais turistas, mas também proporcionar uma melhor qualidade de vida para os moradores da cidade.
Além disso, com o aumento do número de visitantes, a cidade se prepara para receber mais investimentos em infraestrutura e serviços, fortalecendo ainda mais sua importância no cenário regional e nacional.