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Publicada em 31 de Janeiro de 2025 às 17:49

"Inesquecível": cientistas celebram volta a Rio Grande após 27.000 km ao redor da Antártica

O objetivo principal da pesquisa foi estudar os impactos das mudanças climáticas sobre as geleiras e o ecossistema da Antártica

O objetivo principal da pesquisa foi estudar os impactos das mudanças climáticas sobre as geleiras e o ecossistema da Antártica

Centro Polar Climático/Ufrgs/Divulgação/JC
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Tais Carolina Repórter
Após 70 dias de pesquisas intensas e uma jornada de cerca de 27 mil quilômetros, os cientistas da Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica retornaram à cidade do Rio Grande. A missão foi realizada a bordo do navio russo quebra-gelo Akademik Teroshnikov, que partiu do porto rio-grandino na madrugada do dia 23 de novembro e atracou novamente no cais por volta das 8h30min desta sexta-feira (31).
Após 70 dias de pesquisas intensas e uma jornada de cerca de 27 mil quilômetros, os cientistas da Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica retornaram à cidade do Rio Grande. A missão foi realizada a bordo do navio russo quebra-gelo Akademik Teroshnikov, que partiu do porto rio-grandino na madrugada do dia 23 de novembro e atracou novamente no cais por volta das 8h30min desta sexta-feira (31).
A expedição contou com a participação de 57 pesquisadores de sete países diferentes, incluindo 27 brasileiros ligados a diversas universidades. O objetivo principal da pesquisa foi estudar os impactos das mudanças climáticas sobre as geleiras e o ecossistema da Antártica.
 
A missão se destacou pela diversidade de culturas e idiomas presentes, com um intercâmbio científico e social enriquecedor. "Certamente desafios, novos horizontes, novas áreas. Sete países, 10 línguas diferentes, culturas distintas e a necessidade de planejamento tanto científico quanto interpessoal", afirmou Jefferson Cardia Simões, coordenador da expedição, vinculado ao Centro Polar Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Ao longo da viagem, os cientistas realizaram coletas de dados em mais de 35 estações oceanográficas, envolvendo perfurações no gelo, lançamento de balões atmosféricos e estudos glaciológicos. "A ideia é investigar o impacto das mudanças climáticas na Antártica, como o derretimento das geleiras, elevação do nível do mar e eventos extremos de precipitação", explicou o professor do Departamento de Geografia da Ufrgs, Francisco Eliseu Aquino, que coordenou o grupo de climatologistas. Para Aquino, a experiência foi "inesquecível".
Os resultados preliminares apontam que os impactos climáticos na Antártica têm relação direta com eventos extremos no Brasil, como ondas de calor, inundações e a intensificação dos ciclones. "A interação de 90% do gelo presente na Antártica com o restante do planeta contribui para eventos extremos, como aqueles observados no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos", acrescentou Aquino.
O próximo passo dos pesquisadores é o envio das amostras coletadas para laboratórios nacionais e internacionais, onde serão analisadas em profundidade. Ao fim da jornada, os cientistas retornaram com a sensação de dever cumprido e gratidão pela experiência. "Quem vai à Antártica uma vez, sempre quer voltar. Foi gratificante do ponto de vista de gestão e também pelo aspecto de aventura", concluiu Simões.

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