A recente alta do dólar, que atingiu um pico de R$ 6,26 no mês passado e fechou a primeira semana de janeiro em R$ 6,10, trouxe desafios para o comércio em Pelotas. Para minimizar os impactos da cotação recorde, o Sindilojas Pelotas vem orientando comerciantes a trabalharem com estoques reduzidos. A recomendação busca evitar o repasse de custos ao consumidor final, que já enfrenta dificuldades diante do aumento generalizado nos preços.
O presidente do Sindilojas Pelotas, Renzo Antonioli, alerta que estoques elevados de produtos influenciados pela alta do dólar podem acarretar reajustes de até 20%, o que compromete as vendas. “O consumidor não tem um aumento proporcional na sua renda em curto prazo. Com isso, o lojista que apostar em estoques amplos pode enfrentar dificuldades”, explica Antonioli.
A conexão da maioria dos produtos com a moeda estrangeira intensifica o impacto: confecções dependem de insumos chineses, e indústrias nacionais utilizam matéria-prima importada. Essa realidade, segundo Antonioli, mantém os preços pressionados por meses, mesmo que o dólar apresente queda em breve.
A entidade reforça que, para o consumidor, a alternativa é priorizar produtos nacionais e buscar melhores opções de custo-benefício. Já para o lojista, a estratégia de compra precisa ser ajustada para preservar a saúde financeira do negócio e evitar perdas com estoques encalhados.
Com a disparada no preço da moeda estadunidense face ao Real, os reflexos vêm acontecendo em todos os setores da economia brasileira, como o agro e o comércio. O impacto das commodities dolarizadas, como soja, carne de frango e outras proteínas, que influenciam o custo dos produtos no mercado interno. Expoentes do empresariado local, como Jorge Ávila, diretor comercial da rede supermercadista Peruzzo, crê que é fundamental que o governo tome medidas para mitigar os efeitos da alta do dólar. “A redução no consumo deverá pressionar a indústria a ajustar os preços, o que pode beneficiar os consumidores no longo prazo”, pondera.