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Publicada em 18 de Dezembro de 2024 às 16:01

Jaguarão tem metro quadrado mais rico em espécies vegetais no Brasil

Pesquisadores da Ufrgs realizaram pesquisa de campo em Jaguarão durante a primavera

Pesquisadores da Ufrgs realizaram pesquisa de campo em Jaguarão durante a primavera

Ufrgs/Divulgação/JC
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Pesquisadores do Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LEVCamp - Ufrgs) registraram 64 espécies em um único metro de campo nativo no município de Jaguarão, na fronteira Sul do RS. Divulgação ocorreu nesta terça-feira (17), data em que se comemora Dia Nacional do Bioma Pampa.
Pesquisadores do Laboratório de Estudos em Vegetação Campestre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LEVCamp - Ufrgs) registraram 64 espécies em um único metro de campo nativo no município de Jaguarão, na fronteira Sul do RS. Divulgação ocorreu nesta terça-feira (17), data em que se comemora Dia Nacional do Bioma Pampa.
Segundo notícia registrada no site da universidade, o dado é inédito, e foi coletado em uma atividade de campo na cidade. A pequena área, com o registro de tantas espécies de plantas, ilustra a enorme diversidade do bioma, que, no entanto, segue desprotegido e sofre, anualmente, grandes perdas das suas áreas nativas e da sua biodiversidade, com impactos para as populações humanas, diz a publicação.
A descoberta foi feita na primavera de 2024, quando a equipe doLEVCamp, liderada pela pós-doutoranda Ana Porto, realizou a amostragem da vegetação em cinco áreas campestres do Pampa, seguindo protocolos de amostragem padronizados. “O nosso objetivo é analisar os padrões de diversidade vegetal das espécies campestres e suas relações com fatores ambientais como pastejo e contexto da paisagem”, explica.
Registros anteriores já haviam documentado áreas de campo com mais de 50 espécies de plantas por metro quadrado; valores acima de 30 espécies por metro quadrado são comuns nos campos do Pampa. “O novo recorde destaca a riqueza de espécies dos campos nativos no sul do Brasil, algo muito pouco conhecido até pelos próprios gaúchos e gaúchas”, comenta Ana. “Quem imagina ter mais de 60 espécies diferentes de plantas em um único metro quadrado de campo nativo que, de longe, parece tão homogêneo?”, adiciona.
Enquanto o público em geral, muitas vezes, associa a biodiversidade brasileira aos ambientes florestais, os ambientes de campo e savana possuem uma biodiversidade equivalente. O mesmo vale para o Pampa, um bioma cuja vegetação natural é dominada por campos que possuem uma biodiversidade rica e típica.
O Pampa brasileiro, uma região de campos nativos sob clima subtropical, abriga pelo menos 12.503 espécies de plantas, animais, fungos e bactérias, como foi revelado em um estudo publicado em 2023, coordenado pelo professor Gerhard Overbeck e com a colaboração de 120 pesquisadores de 60 instituições. Além de sustentar tamanha biodiversidade, os campos nativos fornecem importantes serviços ecossistêmicos para as pessoas, como abastecimento de água, armazenamento de carbono, alimentos e forragem. Ainda mais, o Pampa tem elevado valor cultural.

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