No primeiro turno das eleições municipais, em 6 de outubro, Rio Grande escolheu Darlene Pereira (PT) para governar a cidade de 2025 a 2028. O atual prefeito, Fábio Branco (MDB), seguirá a frente da Prefeitura até o final do ano. Nesta quarta-feira (30), foram instaladas 14 comissões temáticas, instituídas por decreto para coordenar a transição, prevista para começar ainda esta semana.
A prefeita eleita e o atual chefe do Executivo Municipal reuniram-se, pela primeira vez, no dia 10 de outubro, em rápida agenda que definiu o modelo adotado para a troca de comando no Paço Municipal. Trata-se de processo considerado essencial para garantir a continuidade de serviços e políticas públicas já existentes e começar a preparação de novos projetos.
Por isso, diferentes segmentos participarão do planejamento, a convite de Darlene, que designou o ex-secretário municipal da Fazenda (de 2014 a 2016 e de 2019 a 2020), Alexandre Protásio para a coordenação das atividades.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em Rio Grande, Vitor Magalhães, antevê atuação ativa do setor produtivo e traça os pontos considerados por ele mais relevantes na interlocução entre a iniciativa privada e o poder público na cidade por onde passaram 81% das exportações gaúchas até setembro deste ano. Os dados foram atualizados, em outubro, pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria Estadual do Planejamento (DEE/SPGG).
Para se ter uma ideia, a mesma fonte aponta que, em igual período, o principal complexo portuário gaúcho havia movimentado R$ 32,8 bilhões em mercadorias e produtos agropecuários. Em 9 meses, US$ 2 bilhões foram embarcados para mais de 100 países no Terminal.
"Os nossos diretores vão se espalhar nessas comissões. A ideia é que a gente consiga tornar o processo de transição entre os governos mais suave. Nas pautas, obviamente, que são de interesse da CDL. Não faz sentido, por exemplo, participarmos de pautas transversais, como a saúde, por exemplo. É tema muito relevante para todos nós, mas não é o papel da CDL", analisa.
O dirigente também antecipa que a pretensão é trabalhar prioritariamente nas questões que orbitam entre desenvolvimento, turismo e inovação. "Enfim, as áreas que circundam a grande área de desenvolvimento. Para isso, a CDL vai direcionar a maioria das suas forças. Nossa preocupação, sobretudo, é com a manutenção de projetos que já funcionam e que essas iniciativas deixem de ser de uma gestão ou de outra gestão e passem a ser incorporados pelo município. Os bons projetos que tenham esse entendimento da sociedade, da prefeitura, merecem ter continuidade independente da bandeira partidária", argumenta.
Além do CDL, outras entidades que atuam junto aos setores empresariais em Rio Grande irão integrar a equipe de transição. É o caso do Sinduscom e do Sindilojas.
Quatro momentos marcantes da eleição na cidade mais antiga do Rio Grande do Sul
- Antes de ser conduzida ao cargo que ocupará, a partir do primeiro dia de 2025, com quase a metade dos votos rio-grandinos (48.141 votos), Darlene Pereira (PT) era uma das apoiadoras da candidatura de Halley Lino de Souza, cujo afastamento da corrida eleitoral em 2024, por motivo de saúde, só foi confirmado em 4 de setembro.
- Faltando um mês para o pleito deste ano, a prefeita eleita na cidade mais antiga do Estado, assumiria idêntica função exercida por ela quatro anos antes, quando foi derrotada por Fábio Branco (MDB) nas urnas, em 2020. O atual prefeito chefiou o Executivo municipal em outros dois mandatos – de 2001 a 2005 e entre 2009 e 2013, sem nunca ter obtido a reeleição.
- Eleito deputado em 2014, o atual prefeito foi chefe da Casa Civil e secretário do Desenvolvimento no Governo de Jorge Sartori. Mas uma condenação em segunda instância no ano passado, em decorrência da nomeação de um de seus coordenadores nas gestões municipais, mantiveram as incertezas sobre a homologação de sua candidatura até os últimos instantes da campanha.
- Na sexta-feira, dia 4 de outubro, enquanto participava do último debate programado antes da votação no domingo, ele recebeu uma notificação judicial que o retiraria da disputa. Minutos depois, com o programa ainda no ar, ele obteria a reversão do entendimento inicial junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teria a confirmação de sua candidatura, protagonizando um dos fatos mais inusitados dessa corrida eleitoral no Rio Grande do Sul.
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