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Publicada em 15 de Abril de 2025 às 16:22

Argentina vive dia tranquilo após liberar troca de dólar

O dólar oficial passa a flutuar entre bandas de 1.000 a 1.400 pesos argentinos

O dólar oficial passa a flutuar entre bandas de 1.000 a 1.400 pesos argentinos

Luis ROBAYO/AFP/JC
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Agências
Na segunda-feira (14), primeiro dia útil desde 2019 em que os argentinos não tiveram restrição para compra de dólares por pessoas físicas parecia um dia como outro qualquer, sem filas nem correrias nas agências bancárias. "Tenho 70 anos e já vi esse filme tantas vezes, a última foi com (o ex-presidente Mauricio) Macri e o ator principal já era o ministro (da Economia) Luis Caputo. Eles liberam a compra de dólares, se desesperam e proíbem de novo, até o ministro é o mesmo", lembra o aposentado Agnardo Lemotte, ao sair para comprar dólares em uma agência bancária.
Na segunda-feira (14), primeiro dia útil desde 2019 em que os argentinos não tiveram restrição para compra de dólares por pessoas físicas parecia um dia como outro qualquer, sem filas nem correrias nas agências bancárias. "Tenho 70 anos e já vi esse filme tantas vezes, a última foi com (o ex-presidente Mauricio) Macri e o ator principal já era o ministro (da Economia) Luis Caputo. Eles liberam a compra de dólares, se desesperam e proíbem de novo, até o ministro é o mesmo", lembra o aposentado Agnardo Lemotte, ao sair para comprar dólares em uma agência bancária.
As expectativas eram altas desde a noite da última sexta-feira (11), quando o governo anunciou que chegava ao fim o limite de compra de US$ 200 por mês, pela via oficial, após o país selar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), desta vez de US$ 20 bilhões.
"Bom, se o presidente Javier Milei repetia o discurso de liberdade econômica, não fazia sentido manter a restrição de comprar dólares", avalia o vendedor Luis Osarte, 33, em frente a uma agência bancária no centro de Buenos Aires. "O problema é que as pessoas não têm pesos para comprar dólares."
A liberação do chamado "cepo cambiário" era uma das exigências do FMI. No primeiro dia sem a restrição, o governo afirmou que não há uma preocupação com os efeitos das medidas anunciadas pelo ministro da Economia, no fim da semana passada.
Além de levantar o "cepo", o governo anunciou que o dólar oficial passa a flutuar entre bandas de 1.000 a 1.400 pesos argentinos - ou seja, sempre que a moeda estiver fora desse intervalo, o banco central argentino vai intervir vendendo ou comprando dólares. Os limites vão ser corrigidos em 1% ao mês.
Na estreia do regime cambial, a moeda estava cotada a 1.230 pesos argentinos no fim da tarde, sem ter tocado o limite das bandas de flutuação. Na prática, isso representa uma desvalorização de 12,1% ante os 1.097 pesos cotados na sexta-feira.
Ao mesmo tempo, o dólar blue (paralelo) era cotado a 1.285 pesos, reduzindo a chamada "brecha cambiária". A distância entre a cotação oficial e a paralela era uma das principais críticas apontadas pelos economistas contrários ao ajuste do governo Milei.
No começo da manhã, a maior dificuldade enfrentada pelos correntistas foi para acessar suas contas em aplicativos. Nas primeiras horas de operação, quando tentavam acessar os serviços do Banco de la Nación para comprar dólares, se deparavam com uma mensagem de sistema fora do ar.
O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou no fim de semana que há um limite de compra com dinheiro vivo de US$ 100 por mês, o que pegou parte dos argentinos de surpresa. Os correntistas podem comprar sem limite usando suas contas em dólares e depois sacar o valor no caixa, mas não é possível levar um bolo de pesos argentinos ao banco e trocá-lo por mais de US$ 100.

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