Na semana marcada pelo anúncio de um tarifaço a todos os países, chamado de "dia de libertação" por Donald Trump, o presidente americano enfrentou alguns dos gestos de oposição - tanto fora quanto dentro do país - mais vigorosos desde o início do seu governo, há três meses.
Neste sábado (5), milhares de pessoas protestaram em Washington e em outras cidades dos Estados Unidos contra o governo, nos maiores atos de contestação a Trump desde seu retorno ao poder. Placas onde se lia "abaixo a oligarquia" e "o fascismo chegou" foram vistas, em referência aos atos de Trump que tentam ampliar o poder do Executivo.
Uma coalizão composta por dezenas de grupos de esquerda, como MoveOn e Marcha das Mulheres, convocou manifestações sob o lema "Hands Off" (tire suas mãos) em mais de mil cidades americanas. Na capital, pelo menos 5.000 se reuniram no National Mall, perto da Casa Branca.
O movimento ganhou apoio de manifestantes em cidades da Europa. Houve atos em capitais como Paris, Roma, Londres e Berlim. Cerca de 200 organizações pró-Palestina fizeram parte dos atos diante da ofensiva do presidente contra estudantes de universidades que participaram de manifestações anti-Israel no ano passado.
Antes das manifestações, dois acontecimentos da semana passada deram fôlego aos democratas, até então enfraquecidos na oposição. Na terça-feira (1º), Trump e o bilionário Elon Musk tiveram uma derrota política em Wisconsin. O juiz conservador Brad Schimel perdeu para a progressista Susan Crawford, que foi eleita para integrar a Suprema Corte do estado.
A derrota ocorreu mesmo depois de o dono do X investir mais de US$ 20 milhões e atuar pessoalmente na disputa. Embora apartidária, na prática, a eleição foi de republicanos contra democratas. Mais do que manter a maioria progressista de 4 a 3 vigente no tribunal, o pleito deu sinais de insatisfação contra Trump - que venceu a corrida presidencial neste estado-pêndulo, um dos mais decisivos para chegar à Casa Branca.
Por trás, está a expectativa de democratas de conseguirem se sair bem nas eleições de meio de mandato em 2026 e alterarem a composição no Congresso. Hoje, os republicanos têm uma maioria apertada na Câmara e no Senado.
Agências