A junta militar que governa Mianmar anunciou, nesta quarta-feira (2), um cessar-fogo temporário na luta contra os grupos armados que ocupam regiões do país, para ajudar na recuperação após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu a nação do Sudeste Asiático na semana passada.
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Em comunicado, a junta disse que a trégua começa imediatamente e prosseguirá até 22 de abril, "com o objetivo de acelerar os esforços de ajuda e reconstrução e manter a paz e a estabilidade". Os militares estão no poder em Mianmar em fevereiro de 2021, alegando fraude nas eleições do ano anterior, quando o partido da vencedora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), conquistou vitória contundente. O golpe encerrou período de dez anos de democracia no país.
O tremor da última sexta abalou uma região que abriga 28 milhões de pessoas, derrubando prédios, destruindo comunidades e deixando muitos sem comida, água e abrigo. A junta foi acusada por grupos de direitos humanos de retardar os esforços humanitários mantendo medidas de segurança rigorosas em algumas áreas duramente atingidas pelo terremoto.
Quase 2.900 pessoas morreram desde a última sexta-feira, segundo dados mais recentes da junta militar. As possibilidades de encontrar sobreviventes são cada vez menores, mas o resgate de dois trabalhadores entre os destroços de um hospital de Naypyidaw, a capital, manteve as esperanças. Em Mandalay, um homem foi retirado dos escombros em condição estável após 120 horas, segundo a Xinhua.
Em meio ao caos que o país vive, o chefe da junta de Mianmar, general Min Aung Hlaing, vai viajar nesta quinta à Tailândia para uma cúpula regional de um grupo de cooperação econômica que inclui a maioria dos países vizinhos. Hlaing está proibido de participar de reuniões da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), o principal organismo multilateral da região, e é alvo de sanções ocidentais e de investigação do Tribunal Penal Internacional.
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Lá, ele deve fornecer mais detalhes da situação do terremoto a líderes em Bancoc, capital tailandesa e também afetada pelo tremor. Na Tailândia, a contagem é de 19 mortos, mas o número também pode aumentar porque ainda há desaparecidos.
Agências