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Publicada em 21 de Março de 2025 às 18:23

Pacote de estímulo alemão estreia com ajuda de R$ 18,6 bilhões para a Ucrânia

Vitória política de Merz, que aprovou a legislação no Parlamento antigo, terá consequências imediatas

Vitória política de Merz, que aprovou a legislação no Parlamento antigo, terá consequências imediatas

RALF HIRSCHBERGER/AFP/JC
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Agências
O maior pacote de estímulo econômico da Alemanha desde a reunificação superou seu último obstáculo nesta sexta-feira (21). Em votação tranquila, como esperado, o Conselho Federal aprovou o projeto capitaneado por Friedrich Merz, o conservador que assumirá o posto de primeiro-ministro do país no próximo mês. Em sua primeira consequência direta, a legislação viabilizou € 3 bilhões (R$ 18,6 bilhões) em ajuda à Ucrânia, anunciados horas depois de sua aprovação.
O maior pacote de estímulo econômico da Alemanha desde a reunificação superou seu último obstáculo nesta sexta-feira (21). Em votação tranquila, como esperado, o Conselho Federal aprovou o projeto capitaneado por Friedrich Merz, o conservador que assumirá o posto de primeiro-ministro do país no próximo mês. Em sua primeira consequência direta, a legislação viabilizou € 3 bilhões (R$ 18,6 bilhões) em ajuda à Ucrânia, anunciados horas depois de sua aprovação.
Chamado Bundesrat, o Conselho Federal funciona como a Câmara alta do sistema político alemão e é composto por representantes dos 16 estados, que apreciam matérias que os afetam. O pacote proposto por Merz e pelo SPD, do atual premiê, Olaf Scholz, cria isenções no freio da dívida, a versão local do teto de gastos, para dispêndios com defesa e € 500 bilhões (R$ 3,1 trilhões) direcionados à atualização da infraestrutura do país.
O decisivo apoio dos Verdes surgiu depois que € 100 bilhões (R$ 620 bilhões) foram carimbados para investimentos em transição energética. Analistas projetam desembolso de até € 1 trilhão (R$ 6,2 trilhões) pela próxima década, com efeitos significativos na economia da União Europeia.
Parte dos gastos, que quebram uma austeridade fiscal de décadas, vai para os estados, que também terão maior flexibilidade para contrair dívidas. Uma última tentativa judicial da AfD, o partido de extrema direita do país, de interromper a votação, foi negada pelo Tribunal Constitucional. Algumas coalizões estaduais, formadas por legendas que se opunham ao pacote, optaram pela abstenção. O projeto acabou obtendo 53 votos de 69 possíveis.
A vitória política de Merz, que aprovou a legislação no Parlamento antigo, onde tinha maiores chances de aprovação, terá consequências imediatas. Um repasse de 3 bilhões de euros para a Ucrânia, já planejado, mas até aqui sem financiamento, foi confirmado nesta sexta-feira (21) por Scholz. O atual primeiro-ministro e o sucessor acertaram a transferência na terça-feira (18), antes da votação do projeto no Parlamento.
A movimentação vai de encontro ao acordo de cessar-fogo costurado pelos EUA com a Rússia, ainda longe de se materializar. A intenção dos alemães, no entanto, parece ser exatamente sinalizar que o país e a Europa não permitirão um acerto que fragilize a posição do continente diante de Vladimir Putin.

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