A polícia da Itália prendeu 147 membros da Cosa Nostra, numa tentativa de desmantelar os clãs que ainda dominam Palermo, capital da Sicília. A máfia aterrorizou o país nas décadas de 1980 e 1990. Na mesma operação, mandados de prisão adicionais foram emitidos para 33 suspeitos que já estavam detidos por outros crimes.
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, enalteceu a ação realizada pela polícia de Palermo em publicação na rede social X. "Mais de 180 pessoas foram presas [no total], incluindo várias figuras proeminentes da Cosa Nostra."
Cerca de 1.200 agentes foram mobilizados para a ação, coordenada pela promotoria de Palermo. A polícia disse em comunicado que houve prisões em outras cidades do país. Os suspeitos detidos nesta terça, após dois anos de investigação, são acusados de tentativa de homicídio, associação mafiosa, associação ilícita, apostas ilegais pela internet e tráfico de drogas, entre outros crimes.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, comemorou a "operação extraordinária" que chamou de "duro golpe à Cosa Nostra", em publicação no X. "A luta contra a máfia não para e nunca parará". Meloni escreveu ainda que o crime organizado está encurralado, citando uma fala de um preso, segundo ela, obtida por meio de escutas. Ele teria dito que "a Itália se tornou desconfortável para nós, eu tenho que sair".
A imprensa italiana afirma que esta é a maior operação realizada contra a máfia siciliana desde setembro de 1984. Naquele ano, foram emitidos 366 mandados de prisão contra membros da Cosa Nostra e empresários cúmplices após as revelações do mafioso arrependido Tommaso Buscetta (1928-2000). As prisões resultaram no megajulgamento de 1986, com 346 condenações, 19 delas à prisão perpétua.
As investigações recentes revelaram que as famílias da máfia de Palermo coordenam suas atividades em toda a cidade e sua província, especialmente o tráfico de drogas, disse a polícia.