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Publicada em 05 de Fevereiro de 2025 às 21:00

Rússia agora afirma estar em contato com EUA sobre a Guerra da Ucrânia

Fala russa é parte do balé em curso entre as duas maiores potências nucleares do planeta

Fala russa é parte do balé em curso entre as duas maiores potências nucleares do planeta

Alexander NEMENOV/AFP/JC
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Folhapress
Pela primeira vez desde a posse de Donald Trump nos EUA, há pouco mais de duas semanas, a Rússia disse que está em contato com a equipe do novo presidente americano para discutir caminhos para um acordo sobre a Guerra da Ucrânia. A informação foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que ressaltou que o contato está em "nível ministerial" e não inclui ainda a esperada conversa entre o republicano e o presidente Vladimir Putin, que ambos já disseram estar no horizonte próximo.
A fala de Peskov, representante direto do presidente Vladimir Putin, é parte do balé em curso entre as duas maiores potências nucleares do planeta, e reflete a posição de Trump. Enquanto causa comoção geopolítica diária, ora no vaivém de uma guerra tarifária, ora prometendo tomar Gaza, ele reserva mais cautela ao tratar do problema mais agudo à sua frente. Depois de passar a campanha e o tempo como presidente eleito dando sinais inequívocos de que apoiaria a posição russa na disputa com o vizinho, invadido por Putin em 2022, Trump passou a falar mais grosso, citando até mais sanções contra Moscou e seus aliados.
O Kremlin não mordeu a isca e manteve à disposição de conversa, falando francamente que acreditava estar ante a teatralidade conhecida do americano. Nesta semana, o novo chefe da Casa Branca foi além, testando uma nova abordagem: sugeriu que a Ucrânia, detentora de reservas de minerais vitais para a indústria eletrônica, deveria fornecer tais produtos para Washington.
Isso faz parte da outra dança, essa com maior impacto estratégico mas de prazo mais longo, entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping. A China tem vastos depósitos das chamadas terras raras, que servem para fazer de chips a baterias de carros elétricos, e os EUA querem buscar paridade no campo. Mas a sugestão de Trump foi lida também como uma alternativa ao corte no fornecimento de ajuda militar a Kiev. Em outras palavras, como o próprio Peskov havia dito na terça, o presidente quer algo em troca pelos bilhões de dólares enviados aos ucranianos.
 
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