Em novo impasse, a polícia da Coreia do Sul realiza nesta terça-feira (14) outra tentativa de executar um mandado de prisão contra o presidente Yoon Suk Yeol, afastado do cargo pelo Parlamento depois de um processo de impeachment.
Apoiadores do político barraram a entrada das forças de segurança à residência oficial do presidente e tentam impedir a prisão. O chefe do gabinete anti-corrupção responsável pelo inquérito, Oh Dong-woon, disse à imprensa que executará o mandado "custe o que custar" --a polícia estima que cerca de 6.500 apoiadores estejam no local enfrentando pouco mais de 3.000 policiais.
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A Justiça sul-coreana aprovou a prisão de Yoon no âmbito da investigação contra ele por suposta insurreição - as autoridades investigam se o presidente cometeu esse crime ao decretar lei marcial e suspender os direitos políticos do país em uma tentativa de autogolpe em dezembro.
Embora afastado do cargo, Yoon tecnicamente ainda é presidente da Coreia do Sul até que a Corte Constitucional, órgão judicial máximo do país, decida se chancela ou anula a decisão da Assembleia Nacional -por isso, ele ainda mora na residência oficial e tem uma equipe de segurança ao seu dispor.
Imagens da televisão sul-coreana mostram policiais tentando afastar uma multidão de apoiadores e acessar o imóvel pela porta da frente e pelos fundos. Yoon não deixa a residência oficial há semanas e se cercou de seguranças, e sua defesa diz que a ordem de prisão é ilegal e tem o objetivo de humilhá-lo politicamente.
Entre os apoiadores que obstruem o trabalho das forças de segurança estão parlamentares do partido de Yoon e seus próprios advogados de defesa. Além disso, membros da equipe de segurança do presidente utilizaram veículos para montar uma barricada e impedir o acesso à residência.
No último dia 3, a polícia e autoridades que investigam o caso tentaram prender Yoon, sem sucesso. Após um tenso impasse de seis horas de duração, os agentes desistiram de cumprir o mandado devido à resistência dos guardas presidenciais.
Os apoiadores de Yoon resistem à polícia cantando palavras de ordem e exibindo cartazes. A maioria das mensagens fazem referência à teoria da conspiração disseminada pelo presidente de que as eleições de 2024, na qual o partido governista virou minoria na Assembleia Nacional, foram fraudadas --não há qualquer evidência nesse sentido.
Ainda assim, a suposta fraude foi uma das razões utilizadas por Yoon para justificar a tentativa de autogolpe em dezembro passado, quando o presidente tentou utilizar as Forças Armadas para fechar o Parlamento e deu início à mais grave crise política do país asiático em décadas.
Folhapress