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Publicada em 19 de Dezembro de 2024 às 18:10

Médicos Sem Fronteiras relata cenário apocalíptico em Gaza e aponta genocídio

Desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado, mais de 45 mil pessoas foram mortas em Gaza

Desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado, mais de 45 mil pessoas foram mortas em Gaza

/Omar AL-QATTAA/AFP/JC
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Folhapress
Os repetidos ataques de Israel contra civis palestinos, o desmantelamento do sistema de saúde e de outras infraestruturas essenciais, o cerco quase total imposto por militares à população e as barreiras à assistência humanitária estão aniquilando as condições de vida na Faixa de Gaza.
Os repetidos ataques de Israel contra civis palestinos, o desmantelamento do sistema de saúde e de outras infraestruturas essenciais, o cerco quase total imposto por militares à população e as barreiras à assistência humanitária estão aniquilando as condições de vida na Faixa de Gaza.
Configuram, segundo a conclusão de um relatório divulgado nesta quinta-feira (19) pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), um processo de "limpeza étnica" e genocídio. O posicionamento, com tom duro, é incomum devido ao princípio de neutralidade da organização, mesmo em situações de conflito armado.
"As pessoas em Gaza estão lutando para sobreviver sob condições apocalípticas, mas nenhum lugar é seguro, ninguém é poupado e não existe saída deste território destroçado", afirma Christopher Lockyear, secretário-geral da MSF, que esteve no território palestino no começo deste ano.
Desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado, mais de 45 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista. O conflito começou com o mega-ataque feito por integrantes da facção palestina em território israelense.
A situação, contudo, é ainda mais grave do que as estatísticas apontam, afirma a MSF. A organização enfatiza que o número de mortes é provavelmente muito maior devido aos impactos de um sistema de saúde colapsado, surtos de doenças e acesso "severamente limitado" a comida, água e abrigo.
A violência respinga inclusive nos trabalhadores humanitários. De outubro de 2023 ao mesmo mês deste ano, as equipes da MSF relatam terem sofrido 41 ataques e incidentes violentos, incluindo ofensivas aéreas, bombardeios e incursões em instalações de saúde; disparos contra abrigos e comboios; além de detenções de colaboradores por forças israelenses, descritas pela organização como arbitrárias.
"Profissionais médicos e pacientes da MSF foram forçados a esvaziar hospitais e instalações de saúde em 17 ocasiões, tendo que muitas vezes sair correndo para salvar suas vidas", diz trecho do documento. O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários diz que ao menos 330 trabalhadores humanitários foram mortos em Gaza desde o início da guerra. Destes, oito eram colaboradores da MSF.
O cenário descrito no relatório é de catástrofe. O documento diz que o sistema de saúde está em ruínas e que menos da metade dos 36 hospitais de Gaza está funcionando. Civis estão sofrendo por ferimentos decorrentes do conflito, mas também por doenças crônicas. Crianças não estão recebendo vacinas cruciais, tornando-as vulneráveis a doenças como poliomielite e sarampo.
 

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