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Publicada em 15 de Dezembro de 2024 às 11:32

Primeiro-ministro da Coreia do Sul tenta tranquilizar aliados e mercado após impeachment de presidente

Milhares foram às ruas de Seul comemorar a queda de Yoon Suk Yeol

Milhares foram às ruas de Seul comemorar a queda de Yoon Suk Yeol

Jung Yeon-je/AFP/JC
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Folhapress
O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Han Duck-soo, agiu para tentar tranquilizar aliados internacionais e o mercado financeiro após assumir as funções presidenciais no sábado (14) com o afastamento de Yoon Suk Yeol pela Assembleia Nacional em razão de sua tentativa de autogolpe no último dia 3.
O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Han Duck-soo, agiu para tentar tranquilizar aliados internacionais e o mercado financeiro após assumir as funções presidenciais no sábado (14) com o afastamento de Yoon Suk Yeol pela Assembleia Nacional em razão de sua tentativa de autogolpe no último dia 3.
Han conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e disse em nota que "a Coreia do Sul continuará a conduzir sua política externa e de segurança sem alterações e fará esforços para garantir que a aliança EUA-Coreia do Sul seja mantida e desenvolvida".
Biden, por sua vez, disse que a "sólida aliança" entre os dois países não se alterou e prometeu esforços de Washington para ampliar a cooperação de segurança entre EUA, Coreia do Sul e Japão. Em nota, a Casa Branca disse que Biden "reconheceu a resiliência da democracia e do Estado de Direito na Coreia do Sul".
Os EUA são o principal aliado e parceiro militar da Coreia do Sul, conduzindo exercícios militares contra a Coreia do Norte com frequência na região. No sábado, Han já havia frisado a necessidade de impedir que Pyongyang explore a instabilidade de Seul a seu favor.
Yoon foi afastado do cargo pelo Parlamento sul-coreano na segunda votação de impeachment após declarar uma lei marcial suspendendo os direitos políticos no país, uma tentativa de autogolpe deflagrada para, segundo ele, proteger a democracia de inimigos internos. Oponentes afirmam que se tratou de uma tentativa de amordaçar a oposição, maioria na Assembleia Nacional desde abril desse ano.
Agora, a Corte Constitucional da Coreia do Sul tem seis meses para decidir se remove Yoon definitivamente do cargo, o que é provável, ou se anula a decisão do Legislativo. Caso o impeachment seja confirmado, o país precisa realizar eleições presidenciais em até 60 dias.
Em uma tentativa de sinalizar estabilidade, o principal partido de oposição disse neste domingo (15) que não buscará remover Han do cargo por seu suposto envolvimento com a lei marcial --o político foi indicado por Yoon para o cargo de primeiro-ministro.
"Uma vez que o primeiro-ministro já assumiu as funções presidenciais e considerando que impeachments excessivos podem levar a confusão nacional, decidimos não seguir em frente [contra Han]", disse o líder do Partido Democrático, Lee Jae-myung.
A Procuradoria de Justiça que investiga Yoon pelo suposto crime de insurreição afirmou que o presidente ignorou uma convocação judicial e não se apresentou para responder perguntas sobre o caso neste domingo. Segundo os procuradores, uma nova ordem será emitida.
Manifestações comemorando o impeachment de Yoon lotaram as ruas ao redor da Assembleia Nacional nesse domingo. Segundo a polícia, cerca de 200 mil pessoas compareceram, cantando e dançando com palavras de ordem contra o presidente.
A oito quilômetros de distância, um protesto consideravelmente menor a favor de Yoon pedia a anulação do impeachment. Um dos manifestantes ouvidos pela agência Reuters disse que não pode aceitar "que esses deputados eleitos em eleições fraudadas possam fazer tudo o que bem entendem".
A acusação sem provas de que as eleições nas quais a oposição conquistou maioria no Parlamento foram fraudadas veio do próprio Yoon. Na quarta-feira (11), em um discurso que convenceu seu próprio partido a apoiar o impeachment, o presidente afirmou que a lei marcial foi uma medida necessária para proteger a democracia e que a Comissão Eleitoral Nacional foi hackeada pela Coreia do Norte no ano passado.
Segundo ele, o órgão eleitoral se recusou a cooperar com uma investigação que inspecionaria o sistema e "protegeria sua integridade", e que essa recusa o convenceu a decretar lei marcial.

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