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Publicada em 05 de Dezembro de 2024 às 19:30

Ursula chega ao Uruguai e indica acordo UE-Mercosul

Presidente da Comissão Europeia é defensora da parceria com Mercosul

Presidente da Comissão Europeia é defensora da parceria com Mercosul

EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
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Folhapress
Após alguns dias de mistério, Ursula von der Leyen chegou ao Uruguai. A presença da presidente da Comissão Europeia na cúpula do Mercosul, que ocorre nesta quinta (5) e sexta-feira (6) em Montevidéu, seria sinal inequívoco de que o tratado de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia está prestes a sair do papel. O documento é gestado há mais de duas décadas e criaria um mercado de 750 milhões de pessoas, responsável por um quinto do comércio global.
Após alguns dias de mistério, Ursula von der Leyen chegou ao Uruguai. A presença da presidente da Comissão Europeia na cúpula do Mercosul, que ocorre nesta quinta (5) e sexta-feira (6) em Montevidéu, seria sinal inequívoco de que o tratado de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia está prestes a sair do papel. O documento é gestado há mais de duas décadas e criaria um mercado de 750 milhões de pessoas, responsável por um quinto do comércio global.
No começo da semana, porta-vozes da presidente disseram que a viagem não estava na programação; sua agenda tampouco mostrava outros compromissos para os dias da cúpula sul-americana. Procurados novamente pela reportagem para atualizar a informação, os assessores não responderam.
A imprensa alemã já descartava sua participação, nesta quinta, quando a própria política anunciou sua chegada ao país sul-americano. "A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. Temos a chance de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas."
Ursula é defensora do acordo, assim como Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia e outros países do bloco. Opõem-se ao tratado a França, maior produtor agrícola da Europa, e países como Polônia, Áustria e Holanda, onde o veto é bandeira da direita e da extrema direita.
A grave crise política na França era levada em consideração, de acordo com analistas, e talvez por isso a presença da UE no Uruguai foi anunciada apenas após a queda do primeiro-ministro, Michel Barnier. Indagada em entrevista coletiva sobre a questão, assessora da Comissão Europeia afirmou que "é normal a presidente fazer consulta a líderes, sobre os diversos assuntos", mas que ela não poderia confirmar se Ursula havia conversado com o Palácio do Eliseu.
A ratificação do tratado em Bruxelas é o próximo capítulo complexo da novela. Envolveria a revisão técnica e a votação do documento no Parlamento europeu, nos parlamentos de cada país-membro da UE e nos Legislativos dos sul-americanos.
Para evitar a manobra, os franceses teriam que garantir a adesão de ao menos quatro nações a uma dissidência no Conselho de Ministros, o que já existe, e o correspondente a 35% da população europeia, conta que só fecharia com a adesão de um país do porte da Itália. A Comissão tem mandato para negociar tratados comerciais, mas é o Conselho, formado por representantes de cada um dos 27 países-membros, que os avaliza.
Até aqui, a premiê Giorgia Meloni, à frente do terceiro maior exportador da UE para o Mercosul, não estabeleceu uma posição firme sobre participar ou não do grupo de oposição. O acordo interessa especialmente à Alemanha, que lidera a lista de exportadores do continente.
 

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