Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 28 de Novembro de 2024 às 19:44

Putin ameaça atacar a Ucrânia com novo míssil

Em Kiev, moradores aguardam em estações do metrô durante alertas

Em Kiev, moradores aguardam em estações do metrô durante alertas

Tetiana DZHAFAROVA/AFP/JC
Compartilhe:
Folhapress
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que pode atacar "centros de decisão em Kiev" com o novo míssil que revelou em combate na semana passada. Foi o mais próximo de uma ameaça direta de morte ao rival Volodimir Zelensky feita pelo russo na guerra iniciada em 2022.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que pode atacar "centros de decisão em Kiev" com o novo míssil que revelou em combate na semana passada. Foi o mais próximo de uma ameaça direta de morte ao rival Volodimir Zelensky feita pelo russo na guerra iniciada em 2022.
O presidente deu a declaração nesta quinta (28) na cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, uma tentativa de emular a Otan com países ex-soviéticos, em Astana (Cazaquistão). No mesmo dia, ele deixou ao menos 1 milhão de ucranianos no escuro com um mega-ataque aéreo. Ele atribuiu tanto a ameaça quanto o bombardeio à mesma causa: "resposta às ações dos inimigos", no caso o aval dado pelos EUA e aliados para que Kiev empregue armas de maior alcance contra alvos distantes no território russo.
Zelensky foi rápido e promoveu vários ataques desde que a autorização foi dada, na semana passada. Em resposta, Putin foi à TV detalhar o ataque demonstrativo com um míssil balístico de alcance intermediário, desenhado para guerras nucleares e com múltiplas ogivas.
Chamada de Orechnik (aveleira, em russo), a arma "não tem análogos no mundo" e, empregada em quantidade, "tem força comparável a um ataque nuclear". Na ação contra Dnipro na semana passada, o Orechnik trouxe seis ogivas, cada uma com ao menos seis veículos cinéticos, que destroem o alvo pela velocidade hipersônica com que o atingem, sem explosivos.
Na Ucrânia, a Rússia promoveu um dos maiores ataques com mísseis da Guerra da Ucrânia, mirando o setor energético do país vizinho. A ação chamou a atenção por ter sido a que empregou a maior quantidade dos modernos mísseis de cruzeiro Kalibr, que vinham sendo economizados nos últimos meses para uma campanha visando a moral ucraniana: os apagões constantes a que o país já é submetido vão piorar, e o inverno começa em menos de um mês.
Em Kiev, que registrava temperaturas pouco abaixo de zero na manhã, moradores se amontoaram em estações de metrô durante alertas de ataque ao longo do dia. Ao todo, foram lançados 97 drones, apenas 35 dos quais foram abatidos, segundo Kiev. Também vieram os mísseis: 85 Kalibr (76 abatidos), três modelos de cruzeiro Kh-59 (todos derrubados) e 3 mísseis terra-terra disparados pelo sistema S-300, que não foram interceptados.
Zelensky disse que os mísseis traziam munição do tipo cluster, de fragmentação, que é amplamente condenada mundo afora mas usada por ambos os lados no conflito. Com isso, mesmo abatidas, as armas tiveram potencial de causar estragos em solo -há relatos de danos em alguns edifícios, sem vítimas até aqui. A ação foi "uma escalada desprezível no terror russo", disse Zelensky, voltando a pedir ajuda do Ocidente para ter mais baterias de defesa aérea.
 

Notícias relacionadas